quinta-feira, 7 de julho de 2016

Projeto de rastreamento do câncer colorretal chega à 10ª expedição com mais de mil pacientes atendidos

Ação alia objetivos assistenciais, de ensino e de pesquisa, ao promover o atendimento gratuito a homens e mulheres com idades entre 50 e 70 anos.

embarcacao
O projeto “Quem Procura, Cura” – Campanha de Prevenção e Detecção do Câncer Colorretal, realizado pelas equipes do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo (SP), na cidade de Belterra, no Pará, chegou à sua 10ª expedição. A ação alia objetivos assistenciais, de ensino e de pesquisa, ao promover o atendimento gratuito a homens e mulheres com idades entre 50 e 70 anos. Desde outubro de 2014, quando a primeira expedição foi realizada, até o último mês de junho, já foram atendidos mais de mil pacientes e realizados mais de dois mil exames para prevenção desse tipo de tumor, um dos mais prevalentes no Brasil e no mundo. O projeto conta com as participações da Boston Scientific, Gastrocon, da Prefeitura de Belterra e do Hospital Regional de Santarém.
A maioria dos tumores do cólon e do reto se desenvolve a partir de lesões precursoras, os pólipos, que se detectados e tratados adequadamente impedem o desenvolvimento do câncer. Além disso, se o câncer colorretal for diagnosticado em fase precoce, o seu tratamento tem elevados índices de cura.
O objetivo da equipe do projeto “Quem Procura, Cura” é justamente rastrear e remover esses pólipos, por via endoscópica, com o uso de tecnologia de ponta, para reduzir a incidência do tumor e também detectar eventuais tumores em fase inicial de desenvolvimento entre a população assistida.
“Belterra é bastante carente no que diz respeito à infraestrutura de saúde. Ao levar nosso conhecimento e experiência no manejo da doença, estamos contribuindo efetivamente para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, explica um dos coordenadores do projeto, o médico Marcelo Averbach, cirurgião e colonoscopista do Hospital Sírio-Libanês.
A equipe é formada pelo também coordenador Angelo Ferrari, gastroenterologista e endoscopista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), outros médicos endoscopistas e por profissionais de apoio, como enfermeiros, agentes comunitários de saúde, residentes e estudantes de medicina. Algumas regiões do município, de tão remotas, são acessíveis somente com apoio da embarcação Abaré, especialmente equipada para a realização dos procedimentos.
Novo protocolo para diagnóstico do câncer colorretal
No campo científico, o projeto busca desenvolver um modelo para o rastreamento de câncer colorretal em populações de pequeno e médio porte que habitam regiões distantes de grandes centros. Atualmente, o protocolo determina a realização de exames de sangue oculto nas fezes e a análise do histórico familiar como etapas iniciais para o diagnóstico.
Com o trabalho realizado em Belterra, em paralelo ao atendimento à população, está sendo feita a análise de custo-efetividade para o rastreamento primário da doença por meio de colonoscopia, considerada a mais eficaz.
Além do propósito assistencial e científico, o projeto contribui para a formação dos residentes e estudantes em uma realidade diferente de suas cidades de origem. Os médicos também orientam a população local sobre a prevenção do câncer colorretal e deixam informações igualmente relevantes para a comunidade médica paraense no que diz respeito ao cuidado aos pacientes. “Aproveitamos a oportunidade para conscientizar os moradores sobre a importância dos exames preventivos e do acompanhamento regular, inclusive para diminuir o preconceito relacionado a esses exames”, acrescenta o Dr. Marcelo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário