sexta-feira, 22 de julho de 2011

Mais uma Vitória da Radiologia vs Biomédios


   Biomédico contesta multa aplicada pelo CRTR 10ª Região e pede indenização de R$ 20 mil. Justiça Federal do Paraná nega argumento e declara que exercício de biomédico em radiologia é irregular e passível de autuação

O Conselho Regional de Técnicos em Radiologia da 10ª Região conseguiu uma importante vitória contra a atuação irregular dos biomédicos no Estado do Paraná. Depois de autuar uma clínica e imputar multa de R$ 1,1 mil por encontrar profissional inabilitando operando máquina de raios-x, o CRTR 10ª Região virou réu em processo movido por um biomédico paranaense, que requeria a suspensão da multa e indenização de R$ 20 mil por danos morais.
A juíza federal Vera Lúcia Feil Ponciano julgou a ação improcedente e deu ganho de causa ao CRTR 10ª Região, numa clara interpretação de que a atuação do biomédico no campo da radiologia é, realmente, ilegal e passível de multas. “A legislação em vigor deixa claro que a atuação do biomédico em radiologia é irregular, mas parecia não ser suficiente para convencer quem insiste em praticar a ilegalidade. Agora, existe uma decisão judicial sobre o assunto, que pode nortear a questão no Brasil inteiro. Temos que nos utilizar disso para defender nosso mercado de trabalho”, considera a presidenta do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER), Valdelice Teodoro.
Uma questão obscura sobre as legislações que regem as duas profissões em discussão foi esclarecida neste processo. De acordo com o Artigo 5º da Lei n.º 6.684/79, que regulamenta a profissão de biomédico, esses profissionais até poderiam atuar em outras áreas, mas sem o prejuízo do exercício das mesmas atividades por outros profissionais igualmente habilitados na forma da legislação específica. Como a profissão de técnico em radiologia foi regulamentada pela Lei n.º 7.394/85, há 26 anos pode-se considerar que a atuação do biomédico na área da radiologia causa prejuízo a outra categoria profissional e, portanto, é irregular.
“Alguns biomédicos desconsideram a regulamentação da profissão de técnico em radiologia e sustentam uma condição que não poderiam, com o aval do conselho federal da categoria que, na minha opinião, deveria tomar medidas legais para reposicionar a categoria que representa e acabar com a ilegalidade no Brasil. O campo de atuação dos biomédicos não é a radiologia”, frisa Valdelice Teodoro.
O argumento mais utilizado pelos biomédicos nesta discussão é a Resolução n.º 78/2002, do Conselho Nacional de Biomedicina, que dá aos profissionais da área atribuições que a lei federal não lhe confere. O conselho supracitado extrapolou a função de entidade regulamentadora e legislou sobre o que não lhe compete, ao passo que uma regulação interna não tem mais poder que uma legislação federal.
Não é somente pelo sucateamento do mercado de trabalho que o sistema CONTER/CRTRs enfatiza a questão. Se por um lado os biomédicos estão ocupando espaços que deveriam ser dos técnicos em radiologia, estão assumindo, com isso, riscos para os quais não estão preparados. A radiação ionizante é uma tecnologia que demanda conhecimentos específicos e representa risco de vida para profissionais sem competência técnica específica.
O técnico em radiologia, por exigência do Conselho Federal de Educação, realiza curso com carga horária mínima de 1,2 mil horas, além de estágio complementar de 600 horas, o que o habilita a trabalhar em atividades de notória especificidade técnica e nocividade. O curso de biomedicina, no entanto, tem em sua grade curricular uma carga horária bastante reduzida para as técnicas radiológicas, variando em torno dede 80 a 120 horas, para a disciplina de imagem médica (radiologia).
De acordo com a juíza federal Vera Lúcia Feil Ponciano, a legislação invocada no caso tem como premissa a distinção de atividades. A Lei nº 7.394/85 estabelece um rol de atividades técnicas, englobando-as numa mesma categoria. Assim, a atuação em qualquer uma das áreas ali mencionadas demanda formação técnica específica, própria do técnico em radiologia. “Mesmo quando ainda não havia a regulamentação da profissão do técnico em radiologia, na época em que foi regulamentada por lei a profissão do biomédico, sua atuação já era restrita”, afirma na sentença.
A biomedicina atua primordialmente com pesquisa e análises clínicas. O profissional biomédico trabalha em laboratórios, em parceria com bioquímicos, químicos, médicos, biólogos e farmacêuticos na busca da identificação de agentes causadores de doenças. Potencialmente, pode atuar em bancos de sangue, análises de alimentos, exames citopatológicos, genética, reprodução humana, biologia molecular e diagnóstico por imagem. Não lhe compete a radiologia, prioritariamente.
O biomédico atua em parceria com vários profissionais de saúde, inclusive na área da radiologia. Entretanto, segundo a lei, é vedada a operação ou manuseio de aparelhos de raios-x por esses profissionais, que ficam restritos às atividades de apoio e diagnóstico, com supervisão de um especialista.
É clara a previsão legal de atuação dos técnicos em radiologia em área bem mais ampla do que a conferida por lei aos biomédicos. A lei é clara, portanto, no sentido de que regula o exercício da atividade de todos que operam raios-x. Portanto, decorrência lógica é a revogação tácita de qualquer dispositivo de lei em contrário. Sendo assim, qualquer resolução do Conselho Federal de Biomedicina neste sentido é contraproducente e não tem poder maior que a legislação federal.
“Não se está aqui afirmando a impossibilidade de mais de uma gama de profissionais atuarem na mesma área, como eventualmente ocorre com matemáticos e contadores; engenheiros químicos e químicos; médicos do trabalho e engenheiros de segurança etc. Ocorre que, neste caso em especial, a exposição a radiações ionizantes é potencialmente prejudicial à saúde, razão pela qual a diferenciação dos profissionais que trabalham nesta área foi reconhecida pela legislação, além do recebimento de adicional de insalubridade, o que decorrerá, inclusive, na obtenção de aposentadoria especial”, observa a juíza.


terça-feira, 19 de julho de 2011

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Tutorial: Medicina Nuclear para Técnicos
A Medicina Nuclear é uma das mais modernas técnicas de investigação e vem se impondo gradativamente como excelente método de diagnóstico pôr imagem. Utilizando-se de pequenas quantidades de substâncias radioativas e equipamento especial (câmera de cintilação ou Gama-Câmera), são obtidas várias imagens dos órgãos a serem estudados sem a utilização de grandes quantidades de radiação. A cintilografia permite o estudo da fisiologia dos órgãos e constitui método não invasivo de diagnóstico.

A Gama-Câmera é um equipamento dotado de um cristal de Iodeto de Sódio e Tálio, que interage com a radiação emitida pelo paciente, produzido um efeito fotoelétrico, que é amplificado por válvulas fotomultiplicadoras, transformado em pulsos elétricos que são processados por sistemas especiais de computador e convertidos em imagens, que então, são avaliadas pelo médico.

A Medicina Nuclear não utiliza contrastes para a obtenção de imagens e sim de substâncias radioativas marcadas com radiofármacos. Estes traçadores podem ser injetados ou ingeridos, dependendo do tipo do estudo a ser realizado.

RADIOISÓTOPOS: substâncias que emitem radiação, utilizados no seu estado livre (não marcado) para a obtenção de imagens. Os mais usados são: Tc99m (Tecnécio) utilizado para estudos da tireóide e de mucosa gástrica ectópica (divertículo de Meckel) e o I¹³¹ (Iodo) utilizado para estudos da tireóide e pesquisas de metástases de tumores tireoideanos. Os outros radioisótopos mais utilizados em Medicina Nuclear são: Tl201 (Tálio), Ga67 (Gálio), Sm153 (Samário) entre outros.

RADIOFÁRMACOS: substâncias que quando adicionadas aos radioisótopos, passam a ser chamadas de radiofármacos marcados. Apresentam afinidades químicas por determinados órgãos do corpo e são utilizados para transportar a substância radioativa para o orgão a ser estudado.

MDP- Tc99 - utilizado para a obtenção de imagens do esqueleto,
SESTAMIBI - Tc99- utilizado para a obtenção de imagens do coração e algumas pesquisas de tumores,
DTPA - Tc99 - utilizado para estudos renais dinâmicas e inalação pulmonar,
DMSA - Tc99 - utilizado para cintilografias renais estáticas,
MACROAGREGADO E MICROESFERAS DE ALBUMINA- Tc99 - utilizado para perfusão pulmonar, estudos do sistema venoso e pesquisa de comunicação interatrial,
RBC- Tc99 - utilizado para pesquisas de sangramento digestivo e de hemangiomas hepáticos,
ENXOFRE E ESTANHO COLOIDAL - Tc99 - utilizados para cintilografia hepática e estudo do refluxo gastro-esofágico,
DISIDA- Tc99- estudo das vias biliares,
HMPAO e ECD - Tc99 - cintilografia de perfusão cerebral,
DEXTRAN - 500 - Tc99 - cintilografia de vasos linfáticos,
MIBG - I¹³¹ - utilizada para pesquisa de feocromocitomas e neuroblastomas.

MODALIDADES DE AQUISIÇÃO DE IMAGENS:

Estático: imagens planas (estáticas) que podem ser adquiridas em: Spots (exames de tireóide), Scans (cintilografias ósseas e pesquisas de corpo inteiro);
Dinâmico: várias imagens, em pequenos intervalos de tempo, úteis para a obtenção do fluxo sangüíneo dos ossos, dos rins, das vias biliares e estudo do refluxo gastro-esofágico e do esvaziamento gástrico.
SPECT: utilizado para a obtenção de imagens tomográficas e tridimensionais.
Syma: utilizado em conjunto às imagens do coração, em movimento, para a obtenção da fração de ejeção do ventrículo esquerdo.

COLIMADORES: são equipamentos utilizados para filtrar a radiação, evitando aberrações nas imagens e diminuindo o índice de artefatos. Seu uso depende da radiação e de qual orgão se está estudando. Os tipos mais comuns são:

HEAP: para isótopos de alta energia, baixa resolução: é utilizado para a obtenção de imagens com Iodo e Gálio.
LEAP: para isótopos de baixa energia e baixa resolução: é utilizado para a obtenção de imagens do esqueleto, fluxos sangüíneos e aquisições dinâmicas em geral.
LEHR: para isótopos de baixa energia e alta resolução: usados para perfusão cerebral, miocárdica e imagem da tireóide com Tecnécio
HEAP - PINHOLE: colimador para imagens magnificadas com isótopos de alta e baixa energia e baixa resolução: usados no estudo da tireóide com Iodo e imagens magnificadas de articulações entre outros.

PROCESSAMENTOS: as imagens adquiridas são processadas por programas especiais de computador (um exemplo são as reconstruções tomográficas e tridimensionais, os mapas polares, uso de equações matemáticas para a formação de imagens, quantificações numéricas e gráficas de qualquer área de interesse, chamados ROIS).
É importante destacar que o desenvolvimento das modernas técnicas de medicina nuclear deve-se muito ao desenvolvimento da informática.

EXAMES MAIS COMUNS:

Cintilografia óssea: utilizada para o diagnóstico de fraturas e traumas ortopédicos, estudos de dores osteo-articulares inexplicáveis e pesquisa de tumores e metástases ósseas
Cintilografia de coração: tem a finalidade de visualizar a perfusão do miocárdio e servir para o diagnostico da doença isquêmica coronariana ( método não invasivo).
Cintilografia de tireóide: serve para o estudo da anatomia e da função da glândula tireóide (estudo de captação).
Cintilografia de fígado e baço: visa o estudo anátomo-funcional do fígado e do baço
(principalmente no diagnóstico diferencial de nódulos hepáticos). São realizados ainda exames para o diagnóstico de hemangiomas hepáticos.
Cintilografia de vias biliares: utilizado para demonstrar a função do fígado e das vias biliares, útil no diagnóstico de patologias obstrutivas das vias biliares.
Cintilografia de inalação e perfusão pulmonar: utilizada para o diagnóstico de embolia pulmonar e de doenças obstrutivas crônicas, entre outras.
Cintilografias de rins: tem a finalidade de avaliar obstrução, infecção e hipertensão arterial de origem renovascular.
Cintilografia de perfusão cerebral: visa o diagnóstico de demências, depressão e focos de epilepsia.
Outras cintilografias que são realizadas rotineiramente: cintilografias com Gálio67 para avaliar processos infecciosos em atividade; cintilografia com Tálio201 para avaliação de viabilidade do miocárdio e alguns tipos de tumores; pesquisas de hemorragias gastro-intestinais; estudos do fluxo arterial, venoso e linfático; cintilografia testicular; etc.

PRECAUÇÕES OPERACIONAIS: para a utilização de substâncias radioativas para fins diagnósticos (in vivo) há a necessidade de técnicos responsáveis (físico e médico nuclear) autorizados pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). Além disso é necessário a aprovação de um plano de proteção radiológica aprovado pelos órgãos competentes, onde consta as medidas para se evitar exposições radioativas desnecessárias e ainda o gerenciamento dos resíduos radioativos.
Os resíduos radioativos são acondicionados e mantidos em quarentena por durante 10 vezes o tempo do seu decaimento radioativo, quando então são desprezados em lixo comum.
Exemplo: meia vida física do Tecnécio-99m = 6 horas (desprezado após 2,5 dias)
meia vida física do Iodo-131 = 8 dias (desprezado após 2,5 meses)
Com a finalidade de se evitar exposições radioativas desnecessárias aos técnicos e aos pacientes são adotadas as seguintes medidas:
· Classificação das áreas em: área livre, área supervisionada e área de acesso restrito, de acordo com a emissão radioativa de cada área, evitando-se assim, a permanência desnecessária em ambientes supervisionado e restrito.
· Uso de blindagens de chumbo para acondicionar amostras radioativas.
· Uso de aventais de chumbo para os técnicos quando do manuseio e administração de substâncias radioativas;
· Rodízio de pessoal de enfermagem para o atendimento de pacientes submetidos à dose terapêutica com Iodo-131.
· Treinamentos e educação continuada.
· Todos os médicos e técnicos envolvidos com a administração dos radioisótopos utilizam-se de dosímetros, tipo filme, com a finalidade de se avaliar a exposição radioativa recebida durante o período um mês.

TRATAMENTOS EM MEDICINA NUCLEAR: os tratamentos mais comuns em Medicina Nuclear são:

· Dose ablativa de Iodo¹³¹ com a finalidade de tratamento de hipertireoidismo (doenças de Graves e Plummer).
· Dose terapêutica de Iodo¹³¹ com a finalidade de tratamento de câncer de tireóide e suas metástases.
· Tratamento de dores ósseas intratáveis clinicamente, provenientes de tumores de mama e próstata principalmente, com EDTMP-Samário153.

Dr. Antônio Fiel Cruz Júnior
Especialista pelo CBR / AMB com residência na Unicamp, mestrado na UEL e doutorando na USP.

O que é RNM ?

Ressonância Magnética para Técnicos
 
A RM significa resposta de determinados tipos de núcleos atômicos, que quando sujeitos a um campo magnético é excitado por uma onda eletromagnética de frequência determinada. A RM foi descoberta em 1946 e usada para fins industriais por Purcell, Torey e Pourd, aplicada em medicina em 1979. Utiliza magnétos gigantes que possuem capacidade de gerar campos até 40.000 vezes o campo magnético da Terra. A força da variante é um fator muito importante na RM. Dois termos podem ser utilizados para defini-las: Gauss (G), usado para medir campos magnéticos de baixa intensidade (o campo magnético da Terra mede 0,6 G) e o Tesla (usado para medir campo de força elevados. (1 Tesla corresponde a 10000G que por sua vez correspondem à 10 quilos).

A RM está indicada para exames de partes moles do corpo humano, com grande aplicação no estudo das patologias do sistema nervoso central. Até a presente data não foram evidenciados efeitos deletérios ao ser humano, tendo a vantagem de não constituir fonte de radiação ionizante, como o RX e o CT.
Em termos práticos observa-se que a resolução de contraste de tecido suave em RM é bem superior ao CT. Como exemplo é mencionada a detecção precoce de algumas patologias, como no caso do neurinoma do acústico ou de tumores da hipófise. As imagens podem ser obtidas em todos os planos: axial, coronal, sagital e oblíqua.

Os coágulos sanguíneos podem ser evidenciados pela RM, porque nos casos patológicos em geral o fluxo sanguineo é reduzido. O osso aparece como imagem negra, baseado no fato de apresentar índices reduzidos de prótons. O infarto do miocárdio pode ser detectado pela RM sem contraste iodado. Através de angiografia com técnica tridimensional pela RM podem ser evidenciados aneurismas e outras alterações vasculares.
Os tumores do tronco encefálico são melhores visualizados na RM devido a ausência de artefatos ósseos, comumente presentes nos estudos por CT.

Magnetos

Três tipos de magnetos são conhecidos - o supercondutor, o convencional (resistência) e o permanente.
O Supercondutor consegue campos de 2T(Tesla) = 10.000 Gauss ; trabalha a temperatura próximas ou iguais à ) 0o F ( -273o C) obtida por meio de gás criogênico de nitrogênio e hélio líquido. A esta temperatura, certos materiais oferecem baixíssima resistência a corrente elétrica.
Tem alto poder de força, produzindo elevados graus de ressonância. Têm alto custo de fabricação e produzem campos de força mais estáveis. O custo de manutenção para reabastecimento com o hélio líquido é alto. A montagem do equipamento requer uma área mínima de cerca de 85 m2 .

Imã Convencional
É mais econômico, porém consome mais energia; possui campo de força baixo - cerca de 0,2 T = 2.000 Gauss); não possui campo de estabilidade.

Imã Permanente
Bastante econômico e pesado; não pode ser fechado; possui campo de força baixo ( 0,3T = 3.000Gauss); necessita de temperaturas estáveis; qualquer objeto de metal que venha a ser fixado a ele será de difícil remoção.
Pode produzir calor, partir, e queimar pacientes em casos de marca-passos e próteses magnéticas.
Nos exames realizados em campos magnéticos de alta frequência existe a possibilidade do paciente sentir forte sensação de calor, porém sem dano físico.

Cada um destes magnetos apresenta propriedades físicas características; quase todos operam em campo de magnetismo horizontais; existe campo de magnetismo vertical.

Descrição do Magneto (GANTRY)

No interior do magneto existem:

1 - Três bobinas, chamadas de gradientes (X,Y e Z) que são três magnetos auxiliares com potência bem menor que o magneto principal:

a) gradiente X - altera o campo magnético e seleciona cortes sagitais;
b) gradiente Y - altera o campo magnético e seleciona cortes coronais;
c) gradiente Z - altera o campo magnético e seleciona cortes axiais.

· os cortes oblíquos são selecionados por associação de dois gradientes.

2 - Uma bobina, body coil (bobina de corpo), que funciona como antena emissora de radiofrequência (RF) e, em alguns exames também como antena receptora do sinal de ressonância do órgão ou tecido examinado.

3 - Como acessórios existem bobinas ou antenas fabricadas para determinadas partes do corpo humano:
a) bobina de cabeça (head coil)
b) bobinas de superfície (para joelho), ombro, olhos, articulação temporomandibular e coluna vertebral).

O que são Bobinas de Superfície?

São bobinas que melhoram a qualidade de formação de imagem por RM, melhoram a relação sinal ruído. Obtém maior resolução espacial (revestimento delgado, ponto de imagem menor).
O objetivo é apresentar em primeiro lugar as estruturas próximas da superfície. A relação da bobina depende da região de interesse; existem três tipos de diâmetro 12, 17 e 22. Para cada distância das bobinas existem diâmetros dentro dos quais o corpo se reduz pela metade no centro de distância ; a bobina de 22 cm por exemplo serve para reconhecimento da pélvis; a bobina de 17 cm pode ser considerada universal , sendo empregada tanto no tronco como nas extremidades; já a bobina de 12 cm permite confeccionar ressonâncias das extremidades em alta resolução.

Vantagens do Magneto Aberto (Open)

Oferece as seguintes vantagens - não existe o problema da claustrofobia; maior comodidade para o paciente, não precisa ser removido do túnel para aplicação de Gadolínio (contraste paramagnético; acesso facil ao paciente ; tranquiliza pacientes ansiosos, idosos e crianças; potencial para procedimentos intervencionistas.

Resumo: Fundamentos da Ressonância Magnética

1 - A fonte de formação de imagem no RM é o núcleo de certos átomos de hidrogênio ou prótons de hidrogênio.
2 - Usualmente os prótons do organismo encontram-se em posição desordenada.
3 - Quando uma parte do corpo é colocada dentro do magneto, os prótons de hidrogênio são sintonizados para captar sinais de ressonância, tendem a se alinhar e girar na mesma direção, como se fossem exércitos de pequenos piões.
4 - Em seguida entra em ação a bobina , ou antena emissora de rádio, que vai emitir um sinal dentro do campo magnético.
5 - O sinal de RF produz um desalinhamento de prótons , que passam a se comportar de forma desalinhada , num movimento semelhante a um "bamboleio" de um pião , quando está começando a perder energia cinética; o mesmo ocorre com os prótons de hidrogênio.
6 - Quando cessa o sinal de RF os prótons voltam a sua posição inicial de alinhamento e liberam energia.

(referência: Nascimento, Jorge do, in: "Temas de Técnica Radiológica com Tópicos sobre Ressonância Magnética", Revinter Ed. 1996 Rio de Janeiro).

O que é TC

Tomografia Computadorizada para Técnicos
 
Princípios

A TC é um método de exame radiológico fundamentado no trabalho simultâneo de um computador e um aparelho de RX. Neste método, os fotons de RX, após atravessarem o corpo do paciente, são lidos e quantificados por um conjunto de detectores que encaminham estas informações à uma CPU (Central de Processamento de Dados) onde os mesmos são processados e transformados em imagem.

A obtenção de uma radiografia convencional pode ser definida, de maneira simplificada como a leitura, sobre um filme radiográfico, dos fótons de RX atenuados pela estrutura radiografada. Essa atenuação diferenciada dos feixes incidentes, produto da inomogeneidade dos tecidos, sensibilizam os cristais de prata disseminados sobre a emulsão fotográfica, produzindo pontos de maior ou menor transparência, resultado de uma maior ou menor taxa de transferência energética para o filme.

A obtenção da imagem na TC é semelhante, diferenciando-se apenas na leitura das informações e formas de aquisição. No método convencional as imagens são obtidas no filme por projeção, enquanto que na TC a estrutura é decomposta pelos feixes de RX, lida nos detectores e finalmente montada ponto a ponto (pixels) através de cálculos matemáticos efetuados pelo computador, que registra essas informações num disco magnético para posterior visualização e documentação. Através de um monitor essa decomposição ponto a ponto, derivada do movimento do tubo de raio X ao redor do paciente possibilita a individualização das estruturas contidas em um corte, sem superposição de imagens, permitindo o estudo densitométrico e individual de cada um desses pontos.


TC Espiral

A TC espiral permite medição em velocidade maior com sistema de tubos de RX detector de rotação continua. Tanto o tubo de RX como o arco do detector giram continuamente e pode-se suprimir eficazmente a radiação dispersa.

Através do TC espiral é possivel realizar medição continua em até 24 segundos. Atualmente existem equipamentos no mercado que prometem velocidades maiores.(*Veja matéria sobre Tomografia Computadorizada de Cortes Multiplos - Seção de Artigos). A TC espiral produz um volume ininterrupto e sem espaços, do qual podem ser definidos cortes adjacentes, ou mais de 300 seções superpostas. O tempo de exame entretanto, é um fator crítico, particularmente para as aplicações nas quais é importante ter um fluxo constante de meio de contraste para todo o volume anatômico.

A TC espiral têm apresentado aplicações importantes em geriatria, pediatria, traumatologia e cardiologia, devido à dificuldade destes pacientes em se manter em apnéia ou pela velocidade do cilclo cardiaco, que pode, através do exame em equipamentos mais recentes ser praticamente "congelado". Esta característica, associada à softwares modernos, permitem, por exemplo avaliação precisa das artérias coronárias. Até volumes maiores podem ser obtidos com rapidez e eficiência, o que consitue fator decisivo para reconstruções 3D.

Cada exploração está baseada em rotação de um segundo, independente do campo de exploração e de espessura do corte, permitindo a utilização da técnica conhecida como Multiscan Multirotacional ou Multipla.

(Nascimento,Jorge do, Técnicas de Técnica Radiológica com Tópicos sobre tomografia Computadorizada, Livraria Revinter, Rio de Janeiro - RJ -1996)

Preparos para os pacientes que irão realizar exames contrastados

Preparo para Exame Radiológico
 
Muitas são as variantes recomendadas para preparo de pacientes antes da realização de exames radiológicos gastro-intestinais. Estamos publicando nesta seção o preparo sugerido pelo "Manual de Residentes" do CBR, utilizado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


1 - Esôfago, Estômago e Duodeno/Delgado

a) O paciente deve se abster totalmente de comer, beber e fumar a partir das 22 horas da véspera do dia do exame, até a conclusão completa do mesmo. Os exames devem ser, preferencialmente marcados nas primeiras horas da manhã.

b) Em casos de urgência e em determinados exames do esôfago ( para estudo de órgãos adjacentes), o critério acima pode ser modificado. Com restrição completa de alimentação pelo espaço de 4 horas, pode ser feito exame do estômago e duodeno. Nesses casos de emergência a marcação sempre deve ser feita orientada pelo radiologista.

2 - Clister ou Enema Opaco (Intestino Grosso)

a) Durante 24 horas que antecedem o exame, o paciente deve ingerir somente líquidos (evitando sucos com grupos ou sopas com pedaços de alimento). São permitidos: caldo de carne, de frango, de lima, de cana, sucos coados de laranja, de cajú, de limão, limonada, laranjada, café, mate, chá, refrigerantes, etc...

b) Tomar 4 colheres das de sopa, na véspera (10hs), de leite de magnésia. Tomar 1 vidro de Laxol ou 30 gramas de óleo de rícino, na véspera do exame, entre 20 e 22 horas. Pode ser ingerido junto a qualquer líquido.

c) Pela manhã pode ingerir líquido em pequena quantidade.

d) Cerca de 3 horas antes do exame, deve ser feita a lavagem intestinal com 2 litros de água pura, fervida e morna (de preferência no serviço de RX). Repetir a lavagem tantas vezes quantas forem necessárias para a água da lavagem sair completamente limpa.

e) Entre 30 a 60 minutos antes do início do exame administrar 1 ml de atropina ou similar com a finalidade de "secar a mucosa do cólon".

f) Em casos especiais: paciente com diarréia intensa ou prisão de ventre rebelde ou operado do intestino grosso, deve ser alterada a rotina do preparo acima. Deve ser consultado o radiologista.

g) O Clister Opaco deve ser marcado preferencialmente no horário do fim da manhã ou do fim da tarde.

h) Em caso de emergência, quando houver suspeita de obstrução intestinal baixa, do intestino grosso, o preparo pode ser dispensado ou modificado, consultando o radiologista.


* Comentários sobre os preparos acima descritos e outras sugestões, favor enviar para radiology@radiology.com.br

Preocupação com a alta dosagem de Radiação no TC

Médicos pedem menos tomografias para evitar radiação
 
Cláudia Collucci* repórter da Folha de São Paulo

Médicos brasileiros estão reduzindo os pedidos de tomografia e substituindo o exame por outros que não emitem radiação ionizante, como o ultrassom e a ressonância magnética.
A iniciativa, confirmada pelo CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem), ocorre após estudos recentes revelarem que até 2% dos cânceres nos EUA podem estar relacionados ao uso desse tipo de radiação.

Também está em discussão na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a revisão de uma portaria de 1995 que regulamentou a radiologia no Brasil. A nova versão do documento vai estabelecer o limite de radiação que os pacientes devem receber em um exame radiológico.

A radiação ionizante pode causar morte celular, e a probabilidade de câncer é proporcional à dose recebida.Hoje não há um limite estabelecido de quantos exames uma pessoa pode fazer para estar segura. A orientação é quanto menos, melhor.

Estudos apontam que o risco de câncer aumenta quando a exposição à radiação, que é cumulativa, passa de 40 millisieverts (mSv). Em uma tomografia computadorizada de abdome, por exemplo, o paciente se expõe de 2 mSv a 10 mSv de radiação ionizante. Se for obeso, a dose chega a ser o dobro.

A preocupação cresceu porque, nos últimos anos, a tomografia passou a ser um dos exames mais pedidos pelos médicos e, muitas vezes, sem necessidade.Nos EUA, ela responde por 50% de toda radiação recebida em exames. Estima-se que até 40% dos exames feitos por ano sejam desnecessários. No Brasil, não há estimativas do tipo, mas estudos mostram situação parecida.

A situação da Radiologia Brasileira

O que está acontecendo com a Radiologia Brasileira?
 
A Radiologia Brasileira sempre foi considerada pelos colegas como uma das especialidades mais bem organizadas. O nível de articulação da Radiologia junto à entidades maiores como a Associação Médica Brasileira , o Conselho Federal de Medicina , dentre outras atesta essa característica. O destaque inclusive pessoal de alguns radiologistas, como é o caso do Professor Giovanni Cerri que é Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, também é emblemático no sentido de demonstrar a força da especialidade.

Até mesmo o propalado poder econômico dos radiologistas que se organizam em laboratórios cada vez mais sofisticados e se aventuram na aquisição de equipamentos caríssimos reforça essa aura.S oma-se também , dentre outras características demonstrativas do nível de articulação da Radiologia Brasileira a capacidade de integração e até mesmo a liderança que os representantes da especialidade têm obtido no seu relacionamento com as instituições internacionais.O Dr. Antonio Soares de São José do Rio Preto , por exemplo é o Presidente da Federação Internacional de Radiologia Pediátrica , e outros radiologistas pediátricos brasileiros têm cargos importantes nas instituições internacionais.

A Radiologia Brasileira é muito bem vista pelas maiores Sociedades Internacionais , como por exemplo o RSNA – Radiological Society of North America - a maior delas – onde o próprio presidente eleito Dr. George Bizet vêm ao Brasil e proclama a importância dos radiologistas brasileiros no panorama internacional.

É com esse pano de fundo que surge a informação de que um dos principais sustentáculos da especialidade a Revista da Radiologia Brasileira vêm enfrentando algumas dificuldades como, por exemplo, redução do numero de artigos encaminhados à revista ou dificuldade em que membros do Conselho Editorial revisem artigos científicos em avaliação.

Com o objetivo de resolver esta questão o Professor Edson Marchiori que é o Editor da publicação divulgou um artigo no Boletim do CBR analisando o problema e destacando a importância desta revista no cenário nacional , particularmente no momento delicado pelo qual a Revista passa para obter indexação nos principais bancos interenacionais. Veja o artigo>>>

A importância da Revista Radiologia Brasileira para a especialidade no país.


Tenho visto com crescente preocupação o esvaziamento da revista Radiologia Brasileira, decorrente principalmente do afastamento de alguns expressivos colegas após as últimas eleições de Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). Não me cabe discuti os motivos deste afastamento, mas gostaria de chamar a atenção para um dano colateral grave. Este esvaziamento está se refletindo, tanto na redução de artigos encaminhados para a revista, como pelas constantes recusas de revisores ou membros do Conselho Editorial em fazer a revisão dos artigos científicos em avaliação.

A Radiologia do Brasil está ocupando cada vez mais o papel de indiscutível liderança na América Latina, conforme pode ser observado nos nossos principais eventos científicos, especialmente a jornada Paulista de radiologia (JPR). A vinda de professores internacionais expressivos, que inicialmente era vista por alguns deles como uma concessão, um ato de benemerência para o terceiro mundo, passou a ser considerado como uma honraria, que enriquece seus currículos. Isto só traz benefícios para todos nós, radiologistas do Brasil.

Contudo, eu gostaria de ressaltar a importância da revista Radiologia Brasileira neste processo de valorização da nossa Radiologia. Enquanto os grandes eventos radiológicos nacionais são freqüentados por alguns milhares de médicos, o número de acessos à revista Radiologia Brasileira no período de um ano (junho de 2010 a maio de 2011) foi de 290.094 visitas, o equivalente a cerca de 60 vezes o numero de médicos participantes da última JPR! Este considerável número de acessos já acontece mesmo antes de estarmos indexados nos principais bancos de dados internacionais (luta na qual as últimas diretorias do CBR têm se empenhado de maneira louvável). Certamente após a indexação nos principais bancos de dados internacionais (luta na qual as ultima diretorias do CBR têm se emprenhado de maneira louvável). Certamente após a indexação, o número de acessos, que corresponde basicamente ao número de médicos que consultam as nossas pesquisas, deverá crescer exponencialmente.

O alto padrão cientifico atingido pela revista, ao longo dos 50 anos de sua existência, conseguido pelo esforço continuo dos editores que me precederam, com o apoio sem exceção das respectivas diretorias do CBR, não pode sofrer um retrocesso neste momento que estamos submetendo novamente a revista à avaliação pelos bancos internacionais (PubMed e ISI). Este retrocesso não terá volta.

Tenho a pretensão de dizer que a importância da revista Radiologia Brasileira para a Radiologia do Brasil esta acima de qualquer um de nós, leitores, autores, editores e diretorias do CBR. Peço a este mundo de amigos que tenho na Radiologia de todo país que reflitam sobre isso e, se concordarem com estas idéias, por favor, venham nos ajudar a preservar este patrimônio de todos nós, construído por tantas pessoas ao longo de tantos anos.

Dr. Edson Marchiori Editor da revista Radiologia Brasileira