terça-feira, 19 de julho de 2011

O que é RNM ?

Ressonância Magnética para Técnicos
 
A RM significa resposta de determinados tipos de núcleos atômicos, que quando sujeitos a um campo magnético é excitado por uma onda eletromagnética de frequência determinada. A RM foi descoberta em 1946 e usada para fins industriais por Purcell, Torey e Pourd, aplicada em medicina em 1979. Utiliza magnétos gigantes que possuem capacidade de gerar campos até 40.000 vezes o campo magnético da Terra. A força da variante é um fator muito importante na RM. Dois termos podem ser utilizados para defini-las: Gauss (G), usado para medir campos magnéticos de baixa intensidade (o campo magnético da Terra mede 0,6 G) e o Tesla (usado para medir campo de força elevados. (1 Tesla corresponde a 10000G que por sua vez correspondem à 10 quilos).

A RM está indicada para exames de partes moles do corpo humano, com grande aplicação no estudo das patologias do sistema nervoso central. Até a presente data não foram evidenciados efeitos deletérios ao ser humano, tendo a vantagem de não constituir fonte de radiação ionizante, como o RX e o CT.
Em termos práticos observa-se que a resolução de contraste de tecido suave em RM é bem superior ao CT. Como exemplo é mencionada a detecção precoce de algumas patologias, como no caso do neurinoma do acústico ou de tumores da hipófise. As imagens podem ser obtidas em todos os planos: axial, coronal, sagital e oblíqua.

Os coágulos sanguíneos podem ser evidenciados pela RM, porque nos casos patológicos em geral o fluxo sanguineo é reduzido. O osso aparece como imagem negra, baseado no fato de apresentar índices reduzidos de prótons. O infarto do miocárdio pode ser detectado pela RM sem contraste iodado. Através de angiografia com técnica tridimensional pela RM podem ser evidenciados aneurismas e outras alterações vasculares.
Os tumores do tronco encefálico são melhores visualizados na RM devido a ausência de artefatos ósseos, comumente presentes nos estudos por CT.

Magnetos

Três tipos de magnetos são conhecidos - o supercondutor, o convencional (resistência) e o permanente.
O Supercondutor consegue campos de 2T(Tesla) = 10.000 Gauss ; trabalha a temperatura próximas ou iguais à ) 0o F ( -273o C) obtida por meio de gás criogênico de nitrogênio e hélio líquido. A esta temperatura, certos materiais oferecem baixíssima resistência a corrente elétrica.
Tem alto poder de força, produzindo elevados graus de ressonância. Têm alto custo de fabricação e produzem campos de força mais estáveis. O custo de manutenção para reabastecimento com o hélio líquido é alto. A montagem do equipamento requer uma área mínima de cerca de 85 m2 .

Imã Convencional
É mais econômico, porém consome mais energia; possui campo de força baixo - cerca de 0,2 T = 2.000 Gauss); não possui campo de estabilidade.

Imã Permanente
Bastante econômico e pesado; não pode ser fechado; possui campo de força baixo ( 0,3T = 3.000Gauss); necessita de temperaturas estáveis; qualquer objeto de metal que venha a ser fixado a ele será de difícil remoção.
Pode produzir calor, partir, e queimar pacientes em casos de marca-passos e próteses magnéticas.
Nos exames realizados em campos magnéticos de alta frequência existe a possibilidade do paciente sentir forte sensação de calor, porém sem dano físico.

Cada um destes magnetos apresenta propriedades físicas características; quase todos operam em campo de magnetismo horizontais; existe campo de magnetismo vertical.

Descrição do Magneto (GANTRY)

No interior do magneto existem:

1 - Três bobinas, chamadas de gradientes (X,Y e Z) que são três magnetos auxiliares com potência bem menor que o magneto principal:

a) gradiente X - altera o campo magnético e seleciona cortes sagitais;
b) gradiente Y - altera o campo magnético e seleciona cortes coronais;
c) gradiente Z - altera o campo magnético e seleciona cortes axiais.

· os cortes oblíquos são selecionados por associação de dois gradientes.

2 - Uma bobina, body coil (bobina de corpo), que funciona como antena emissora de radiofrequência (RF) e, em alguns exames também como antena receptora do sinal de ressonância do órgão ou tecido examinado.

3 - Como acessórios existem bobinas ou antenas fabricadas para determinadas partes do corpo humano:
a) bobina de cabeça (head coil)
b) bobinas de superfície (para joelho), ombro, olhos, articulação temporomandibular e coluna vertebral).

O que são Bobinas de Superfície?

São bobinas que melhoram a qualidade de formação de imagem por RM, melhoram a relação sinal ruído. Obtém maior resolução espacial (revestimento delgado, ponto de imagem menor).
O objetivo é apresentar em primeiro lugar as estruturas próximas da superfície. A relação da bobina depende da região de interesse; existem três tipos de diâmetro 12, 17 e 22. Para cada distância das bobinas existem diâmetros dentro dos quais o corpo se reduz pela metade no centro de distância ; a bobina de 22 cm por exemplo serve para reconhecimento da pélvis; a bobina de 17 cm pode ser considerada universal , sendo empregada tanto no tronco como nas extremidades; já a bobina de 12 cm permite confeccionar ressonâncias das extremidades em alta resolução.

Vantagens do Magneto Aberto (Open)

Oferece as seguintes vantagens - não existe o problema da claustrofobia; maior comodidade para o paciente, não precisa ser removido do túnel para aplicação de Gadolínio (contraste paramagnético; acesso facil ao paciente ; tranquiliza pacientes ansiosos, idosos e crianças; potencial para procedimentos intervencionistas.

Resumo: Fundamentos da Ressonância Magnética

1 - A fonte de formação de imagem no RM é o núcleo de certos átomos de hidrogênio ou prótons de hidrogênio.
2 - Usualmente os prótons do organismo encontram-se em posição desordenada.
3 - Quando uma parte do corpo é colocada dentro do magneto, os prótons de hidrogênio são sintonizados para captar sinais de ressonância, tendem a se alinhar e girar na mesma direção, como se fossem exércitos de pequenos piões.
4 - Em seguida entra em ação a bobina , ou antena emissora de rádio, que vai emitir um sinal dentro do campo magnético.
5 - O sinal de RF produz um desalinhamento de prótons , que passam a se comportar de forma desalinhada , num movimento semelhante a um "bamboleio" de um pião , quando está começando a perder energia cinética; o mesmo ocorre com os prótons de hidrogênio.
6 - Quando cessa o sinal de RF os prótons voltam a sua posição inicial de alinhamento e liberam energia.

(referência: Nascimento, Jorge do, in: "Temas de Técnica Radiológica com Tópicos sobre Ressonância Magnética", Revinter Ed. 1996 Rio de Janeiro).

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