terça-feira, 28 de outubro de 2014

Projeto fará atendimento gratuito para rastreamento de câncer colorretal

Campanha “Quem procura, cura” atenderá mais de 2,1 mil homens e mulheres com idades entre 50 e 70 anos no município de Belterra (PA).

Empresas e instituições da área da saúde lançam na quarta-feira (29) a campanha “Quem procura, cura” para rastreamento de casos de câncer de colorretal (CCR), o terceiro tipo de tumor mais comum em homens e mulheres no Brasil. O projeto alia objetivos assistenciais e de pesquisa, ao promover o atendimento gratuito a mais de 2,1 mil homens e mulheres com idades entre 50 e 70 anos do município de Belterra (PA).
O trabalho será realizado de maneira conjunta pelo Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo (SP), responsável pelo apoio científico ao projeto, e das empresas Boston Scientific e Gastrocom, que fornecerão os equipamentos e acessórios necessários para a realização dos exames. Também terá a participação da Diagnósticos da América (DASA), no fornecimento de insumos e medicações.
Com dois anos de duração, o projeto será desenvolvido em sistema de mutirões, para realização de exames parasitológicos, de sangue oculto nas fezes, endoscopia digestiva alta, colonoscopia, biópsia e polipectomias e análises anátomo-patológicas. Além do atendimento à população, o objetivo é contribuir para o desenvolvimento de equipes regionais que possam se especializar e continuar com o atendimento posteriormente.
“Queremos fazer uma conscientização sobre a importância da realização de exames preventivos e de acompanhamento regular, para diminuir o preconceito que parte da população tem com relação a esses exames”, afirma Marcelo Averbach, coloproctologista do Hospital Sírio-Libanês e um dos integrantes da equipe medica à frente do projeto.
Com o empenho da Superintendência de Pesquisa do Instituo Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, o rastreamento de câncer colorretal em Belterra terá a participação da Bandeira Científica, um projeto acadêmico de extensão universitária. Desta forma, dois acadêmicos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo estarão envolvidos na coleta de dados.
O projeto ainda conta com o apoio das autoridades e instituições locais, como a Prefeitura Municipal de Belterra, do Hospital Regional de Santarém e Unidade de Saúde Fluvial Abaré, além da importante participação do Dr Fabio Tozzi e Dr. Marcos Fortes, cirurgiões do Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém. Ao todo, a iniciativa envolverá 54 agentes comunitários de saúde e oito enfermeiros, que terão o apoio da tecnologia e de um corpo clínico de alta especialidade.
Novo protocolo para diagnóstico do câncer colorretal
No campo científico, o projeto busca desenvolver um modelo para o rastreamento de câncer colorretal em populações de pequeno e médio porte. Atualmente, o protocolo determina a realização de exames de sangue oculto nas fezes e a análise do histórico familiar como etapas iniciais para o diagnóstico.
Com o trabalho realizado em Belterra, em paralelo ao atendimento à população, será feita  uma análise de custo-efetividade para o rastreamento primário da doença por meio de colonoscopia, considerada mais eficaz. “Quando a detecção deste tipo de câncer é feita na fase inicial da doença, as chances de sobrevida, superior a cinco anos, é de mais de 80%. Daí a importância de buscarmos formas para diagnosticar os casos o mais cedo possível e comparar esta análise com a prática atual”, esclarece Ângelo Ferrari, gastroenterologista e endoscopista da Unifesp.
Distante mais de mil quilômetros de Belém, capital do Estado, a cidade de Belterra foi escolhida para o projeto por ter uma população de 16 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, a adesão e o interesse da Secretaria de Saúde local pela iniciativa e a necessidade de desenvolvimento da especialidade de endoscopia foram determinantes para que a cidade integrasse o projeto.
Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, neste ano, o Brasil registre cerca de 15 mil novos casos de câncer de cólon e reto em homens e 17.530 em mulheres. Números que correspondem a 15,44 casos novos para cada 100 mil homens e 17,24 para cada 100 mil .

Nenhum comentário:

Postar um comentário