quarta-feira, 24 de junho de 2015

CRTR 1ª Região encontra condições precárias em unidades de saúde do entorno do DF

Gambiarras, equipamentos em péssimo estado de conservação, falta de Supervisor das Aplicações das Técnicas Radiológicas (SATR), profissionais operando em locais em reforma, falta de dosímetros... Essas foram algumas das irregularidades constatadas pela fiscalização do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia do Distrito Federal (CRTR 1ª Região) em inspeção a unidades de saúde do entorno do DF. A região, embora esteja em território goiano, está sob jurisdição do Regional.
Nas vistorias de rotina ou motivadas por denúncias, a fiscal Eliana Martins encontrou situações alarmantes e o pior de tudo, recorrentes. No Hospital Materno Infantil Santa Rita de Cássia, de Planaltina de Goiás, por exemplo, as irregularidades constatadas em outras vistorias permaneceram as mesmas.
O ar-condicionado funciona por meio de gambiarras, com fios expostos, o biombo não é fixo e o tamanho está em desconformidade com o que estabelece a Portaria ANVISA nº 453/98. Além disso, não existe contrato de manutenção dos aparelhos no setor de radiodiagnóstico e as luzes de segurança estão desconectadas.
“Encontramos condições de trabalho péssimas que colocam em risco os funcionários e a população. O Hospital mais uma vez foi notificado sobre a urgência dessas modificações”, afirma Eliana Martins. A situação também foi levada ao conhecimento da Unidade de Vigilância Sanitária e Ambiental da cidade que já tomou providências com o objetivo de ajustar a situação ao que prevê as normas de radioproteção.
Pirenópolis
Outro caso preocupante foi observado na cidade de Pirenópolis (GO). O setor de radiologia do Hospital Estadual Ernestina Lopes encontra-se em reforma, contudo, os profissionais continuam realizando os exames no local. Além disso, foi constatado que os equipamentos de proteção individuais e coletivos são insuficientes para a equipe de oito técnicos.
Já no Hospital Qualitymed, também da cidade de Pirenópolis (GO), foi verificada a falta dos mesmos equipamentos de proteção, além da inexistência do Supervisor das Aplicações das Técnicas Radiológica. Na mesma situação encontrava-se o Hospital Municipal Bom Jesus, em Águas Lindas de Goiás.
A falta do SATR é um dos problemas mais comuns nas unidades visitadas. A UPA de Formosa, o Centro Médico Qualitymed e Unidade da Família Antônio Marmo Ferreira Santana, na cidade de Corumbá, também não possuem esse profissional. Nessa última instituição, os resíduos químicos são despejados diretamente no esgoto e os profissionais não recebem adicional de insalubridade, além de o salário muito abaixo do piso determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Descuido
Entre outras anormalidades, foram apuradas falta de exaustor, irregularidades na metragem e instalação nos biombos, além de equipamentos bem desgastados. Contudo, o que chamou a atenção da fiscal foi que em alguns casos, apesar de haver dosímetros, os funcionários não faziam uso do dispositivo.
Eliana lembra a importância do uso da ferramenta de proteção. “O dosímetro é indispensável no ambiente de trabalho. Por meio dele, o profissional sabe qual a dose de radiação que recebeu em um determinado intervalo de tempo. Essa informação faz toda diferença, pois pode prevenir uma série de complicações. É um alerta que sempre estamos fazendo, porque todos nós sabemos a necessidade do rigoroso controle das doses recebidas. O dispositivo é um importante instrumento de prevenção”, assevera.
Em todos os casos, o CRTR 1ª Região expediu notificações que exigiam a adequação às normas de radioproteção vigentes. O Ministério Público e a Vigilância Sanitária foram acionados nos casos recorrentes e de maior gravidade

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