terça-feira, 22 de setembro de 2015

Conter - O que fazer com as radiografias usadas?

Embora esteja disponível no mercado há mais de uma década, a tecnologia digital ainda não é realidade para milhares de técnicos e tecnólogos em Radiologia. Não existe um dado oficial, mas estima-se que pelo menos metade dos profissionais brasileiros trabalhem com equipamentos velhos e revelação analógica das radiografias, até hoje.
Os pacientes costumam guardar esses exames revelados por muito tempo, para acompanhar a evolução de um quadro de saúde ou apenas por que sim. Por isso, existe um grande volume desses materiais por aí. Mas, o que fazer quando a pessoa decide jogar os exames de raios X fora? Ora, não pode ser de qualquer jeito!
As radiografias e agentes químicos usados no processo de revelação possuem metais pesados em sua composição e não podem ser descartados em lixo comum, pois podem causar contaminação humana e do meio ambiente. Também é importante evitar a exposição solar, pois o calor pode ajudar na formação de vapores que podem ser inalados e prejudiciais à saúde. 
Segundo a presidente do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER), Valdelice Teodoro, em 2011, o Hospital das Clínicas de São Paulo criou um programa de coleta para a reciclagem de radiografias usadas. “Também sei que a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre faz esse trabalho. É uma iniciativa extraordinária e que serve de exemplo para outras cidades. As unidades de saúde precisam ajudar a conscientizar a população sobre o descarte desses materiais”, afirma.
Veja como é o processo de reciclagem, clique aqui
As radiografias são feitas de um plástico chamado acetato, que é derivado de petróleo, e depois são cobertas de grãos de prata. O processo de revelação ainda envolve hidroquinona, carbonato de sódio, bissulfito de sódio, tiossultafo de amônio. Portanto, se trata de um material literalmente tóxico.
Encontrada em grandes quantidades no meio ambiente, a prata pode ser absorvida pelo organismo humano e causar problemas renais, motores e neurológicos.
Tudo o que contém em uma radiografia demora mais de cem anos para se decompor depois do descarte. Mas, quem disse que precisa jogar tudo fora? Os exames de raios X possuem alto valor agregado e podem ser quase totalmente reciclados.
O processo de reciclagem
É relativamente simples, mas precisa de certa infraestrutura e uma série de licenças.
Primeiro, a radiografia deve ser tratada em uma solução de água sanitária. Deste processo, sai a película limpa e um resíduo denso, que contém a prata.
O metal passa por um processo químico com hidróxido de sódio e é aquecimento durante 15 minutos, para se obter o óxido de prata, que é então aquecido por 60 minutos em uma solução de sacarose. De final, esse produto é aquecido a mil graus por 60 minutos e pronto, a parta tá pronta!
Com as radiografias, o processo é simples e muito valioso também.  A partir de 2,5 mil delas, é possível obter até meio quilo de prata.
Investimento
De acordo com o site especializado eCycle, uma indústria modesta para a reciclagem de radiografias custaria apenas R$ 300 mil. A reciclagem de apenas 300 quilos de acetato renderia R$ 15 mil por mês.
“As instituições que atuam na área precisam agir com inteligência e responsabilidade social. A reciclagem é uma maneira de eliminar esses agentes químicos e gerar renda para quem precisa”, finaliza Valdelice Teodoro.  
fonte - http://www.conter.gov.br/site/noticia/recicle

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