Sete cidades visitadas, 2.870 km percorridos, estradas em péssimas condições e diversas irregularidades pelo caminho. Este é o cenário encontrado pela fiscal Josiane Ramos, do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia da 18ª Região (CRTR Acre/Rondônia), numa das rotas de fiscalização mais difíceis do Brasil.
O roteiro de Josiane passou pelas cidades de Acrelândia, Senador Guiomard, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, todos distantes entre si e com rodovias em situação precária. “O percurso entre as cidades é simplesmente terrível. O que mais vi foram estradas de terra esburacadas”, relata. Além de se aventurar nas rodovias, ela explica que precisou fazer uma travessia de balsa no Rio Madeira, o que torna a fiscalização ainda mais cansativa.
A fiscalização numa das regiões mais periféricas do Brasil revela que os mesmos problemas encontrados nasgrandes cidades se repetem. A não ser por uma peculiaridade. “Aqui, existem muitos profissionais que vieram de outras regiões para trabalhar e não pediram a transferência da habilitação profissional”, destaca Josiane que, além desse tipo de situação, encontrou casos de exercício ilegal e não indicação do Supervisor de Aplicação das Técnicas Radiológicas (SATR). Todos foram notificados e autuados na forma da lei.
A situação não é boa, Josiane estima que apenas 15% dos serviços radiológicos que visitou estejam em condições ideiais de funcionamento. “Boa parte dos profissionais não se preocupa em saber por que o Conselho existe. Outros, além de não pagarem as anuidades, ainda apontam os problemas como responsabilidade exclusiva do CRTR. Entretanto, pude ver alguns se unindo pelos direitos e lutando pelo reconhecimento da profissão”, detalha a agente.
Apesar do sorriso no rosto, como se pode ver em algumas fotos, a fiscal do CRTR 18ª Região conta que não têm lembranças muito agradáveis dentro do veículo e que, por mais que muita gente sinta enjoo ao se aventurar nos rios, o percurso do automóvel foi ainda mais intenso para ela do que o passeio de balsa, exatamente por conta dos buracos na estrada e dos problemas no veículo. “O carro não colaborou muito comigo ao longo da viagem. Ele me deu uma boador de cabeça. Se somar isso ao calor na estrada de terra, a tarefa fica ainda mais complicada. Mas, tudo deu certo no final”, comemora Josiane.
fonte - http://conter.gov.br/?pagina=noticias&id=584