terça-feira, 20 de março de 2012

Equipamentos radiológicos exigem cuidado no descarte

Aparelhos devem ser identificados e armazenados de forma correta para evitar contaminação
 
Enquanto a tecnologia proporciona avanços cada vez maiores no uso da imagem na medicina, a preocupação com o descarte desses equipamentos radiológicos também aumenta. O risco está em equipamentos que emitem radiação mesmo estando desligados e que descartados incorretamente podem gerar sérios prejuízos ao meio ambiente. Segundo o médico radiologista e vice-presidente da Associação Gaúcha de Radiologia, Dakir Duarte, existem dois tipos de aparelhos usados pela especialização. Um deles emite radiação em tempo integral e o outro pode ser descartado como sucata, pois não causa danos maiores à saúde.
 
-Equipamentos como os de raios-X emitem radiação somente quando são ligados e estão estabelecendo passagem de correntes de alta frequência. Esses podem ser descartados como qualquer outro objeto. Já aqueles que contêm princípios radioativos emitem radiação mesmo desligados. Esses sim são um problema para saúde e para o meio ambiente- assinala Dakir.
 
A exposição a materiais radioativos pode provocar lesões no sistema nervoso, nas funções gastrointestinais, na medula óssea, desencadear quadros de diversos tipos de câncer, podendo, inclusive, levar à morte. O procedimento correto de descarte conta com o armazenamento dos materiais radioativos em tanques de aço inoxidável recobertos por concreto. Esses blocos devem ser depositados em minas profundas sob solo, onde não haja contato com o meio ambiente ou seres vivos. 
 
Desde 2004 entrou em vigor uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa que fixa parâmetros para a destinação final dos resíduos de radiologia. A legislação determina que efluentes líquidos dos setores de geração de imagens de hospitais, clínicas e serviços de radiologia são obrigados a seguir um regulamento técnico.
 
O descarte correto de equipamentos radiológicos evita acidentes ambientais como o ocorrido em Goiânia, em 1987. O caso Césio-137 foi decorrente do contato humano com um antigo aparelho utilizado em radioterapias que continha o material Césio. Após quase 25 anos da fatalidade, o assunto ainda é lembrado quando se trata do armazenamento dos materiais atômicos e os riscos do contato com eles.
 
Associação Gaúcha de Radiologia
 
A Associação Gaúcha de Radiologia, filiada ao Colégio Brasileiro de Radiologia, é uma entidade científica que congrega médicos radiologistas do Rio Grande do Sul, que utilizam radiações ionizantes ou outras formas de energia, para fins de diagnóstico e tratamento. Seu objetivo principal é promover, aprovar e incentivar o aperfeiçoamento dos médicos radiologistas, nos campos científico, ético e social. A Associação Gaúcha de Radiologia é a representante maior no Estado do Rio Grande do Sul, dos médicos que trabalham com métodos de imagem. Sua área de abrangência engloba radiodiagnóstico, radioterapia, ultrassonografia, tomografia computadorizada, medicina nuclear, ressonância magnética, desintometria, mamografia e radiologia vascular e intervencionista

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