Aparelhos devem ser identificados e armazenados de forma correta para evitar contaminação
Enquanto a tecnologia proporciona avanços cada vez maiores no uso da
imagem na medicina, a preocupação com o descarte desses equipamentos
radiológicos também aumenta. O risco está em equipamentos que emitem
radiação mesmo estando desligados e que descartados incorretamente podem
gerar sérios prejuízos ao meio ambiente. Segundo o médico radiologista e
vice-presidente da Associação Gaúcha de Radiologia, Dakir Duarte,
existem dois tipos de aparelhos usados pela especialização. Um deles
emite radiação em tempo integral e o outro pode ser descartado como
sucata, pois não causa danos maiores à saúde.
-Equipamentos como os de raios-X emitem radiação somente quando são
ligados e estão estabelecendo passagem de correntes de alta frequência.
Esses podem ser descartados como qualquer outro objeto. Já aqueles que
contêm princípios radioativos emitem radiação mesmo desligados. Esses
sim são um problema para saúde e para o meio ambiente- assinala Dakir.
A exposição a materiais radioativos pode provocar lesões no sistema
nervoso, nas funções gastrointestinais, na medula óssea, desencadear
quadros de diversos tipos de câncer, podendo, inclusive, levar à morte. O
procedimento correto de descarte conta com o armazenamento dos
materiais radioativos em tanques de aço inoxidável recobertos por
concreto. Esses blocos devem ser depositados em minas profundas sob
solo, onde não haja contato com o meio ambiente ou seres vivos.
Desde 2004 entrou em vigor uma resolução da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - Anvisa que fixa parâmetros para a destinação
final dos resíduos de radiologia. A legislação determina que efluentes
líquidos dos setores de geração de imagens de hospitais, clínicas e
serviços de radiologia são obrigados a seguir um regulamento técnico.
O descarte correto de equipamentos radiológicos evita acidentes
ambientais como o ocorrido em Goiânia, em 1987. O caso Césio-137 foi
decorrente do contato humano com um antigo aparelho utilizado em
radioterapias que continha o material Césio. Após quase 25 anos da
fatalidade, o assunto ainda é lembrado quando se trata do armazenamento
dos materiais atômicos e os riscos do contato com eles.
Associação Gaúcha de Radiologia
A Associação Gaúcha de Radiologia, filiada ao Colégio Brasileiro de
Radiologia, é uma entidade científica que congrega médicos radiologistas
do Rio Grande do Sul, que utilizam radiações ionizantes ou outras
formas de energia, para fins de diagnóstico e tratamento. Seu objetivo
principal é promover, aprovar e incentivar o aperfeiçoamento dos médicos
radiologistas, nos campos científico, ético e social. A Associação
Gaúcha de Radiologia é a representante maior no Estado do Rio Grande do
Sul, dos médicos que trabalham com métodos de imagem. Sua área de
abrangência engloba radiodiagnóstico, radioterapia, ultrassonografia,
tomografia computadorizada, medicina nuclear, ressonância magnética,
desintometria, mamografia e radiologia vascular e intervencionista
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