Texto de autoria da jornalista Maíra Sanches, do "Diário do Grande ABC"
A UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Zaíra, em Mauá, que foi inaugurada em dezembro, ainda não tem aparelho de radiologia em funcionamento. A Prefeitura, no entanto, prometeu que o equipamento finalmente será instalado na tarde de hoje. Em janeiro, o Diário publicou denuncia sobre o problema. Naquela época, a administração alegou que técnicos teriam de verificar se havia vazamento de radiação na sala. Desta vez, a explicação foi de que "o funcionamento exigiu readequações que atrasaram sua utilização."
Nesse período, os pacientes que precisaram tirar raio X foram encaminhados, principalmente, para o sobrecarregado Hospital Nardini. Só que a proposta das UPAs é justamente desafogar a rede de emergência. Nesta semana, a equipe do Diário voltou ao local e a própria atendente informou, na terça-feira, que a situação permanecia. A sala de espera estava lotada e apenas um clínico geral atendia aos pacientes.
O desempregado Marcelo Gomes, 26, levou a mulher em outros dois prontos-socorros antes de chegar à UPA. No PA (Pronto Atendimento) Central de Santo André e no Hospital Nardini. Ambos estavam cheios. A paciente reclamava de fortes dores Abdominais e aguardava a consulta há três horas. "Não sabemos quando será atendida. Mas se ela precisar de alguma radiografia, já sei que terei de procurar o quarto hospital. Todos sabem dessa situação no bairro (Zaíra)", desabafou Marcelo.
A ex-funcionária da UBS (Unidade Básica de Saúde) Zaíra 2 Isabel Sales, 47, conhece a situação de perto. É líder comunitária do bairro e lida com as necessidades dos usuários da rede pública. Segundo ela, há insatisfação do corpo médico da unidade por conta do excesso de trabalho. "Eles não têm condição de trabalhar como querem. Vários pediram demissão. Por enquanto, a UPA é carcaça de enfeite", reclamou.
A Secretaria de Saúde informou que está firmando convênio com a Fundação do ABC para ampliar a equipe de profissionais da UPA. A unidade custou R$ 2 milhões e foi implementada em parceria com o governo federal. A capacidade de atendimento da UPA tipo 2 é de 300 pacientes por dia.
NOVAS UNIDADES
Essa foi a primeira UPA inaugurada na cidade. A cerimônia contou com a presença do ministro Alexandre Padilha, que volta a Mauá amanhã para entregar, na companhia do prefeito Osvaldo Dias (PT), a segunda unidade, na Vila Assis.
A terceira UPA está prevista para ser entregue dia 31, na Vila Magini. A última será erguida no Jardim Maringá, ainda sem data definida. Paulo Eugenio garante ter zerado fila para mamografia. A dificuldade para realização do exame de mamografia fez parte da vida de milhares de mulheres de Mauá por, pelo menos, um ano. Em janeiro, a fila tinha 3.000 pessoas e a Prefeitura assumiu o problema. Ontem, o vice-prefeito e secretário de Saúde Paulo, Eugenio Pereira, informou que, conforme previsão estipulada, a fila foi zerada neste mês. O diagnóstico por imagem é utilizado para identificar nódulos não palpáveis que podem resultar em câncer de mama.
Na época, o vice-prefeito alegou que o acúmulo foi causado por causa do período de cinco meses em 2011 em que Prefeitura ficou sem contrato com a empresa prestadora do serviço. Os testes são realizados na Imamed - Diagnóstico Médico, na Vila Bocaina. Por lá, cerca de 1.000 exames são feitos por mês.
No ano passado, 572 casos de câncer de mama foram diagnosticados em Santo André, São Bernardo e São Caetano.
Fonte: Maíra Sanches, do "Diário do Grande ABC"
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