quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Piauí - Hospital armazena lixo em banheiro e ameaça saúde de pacientes

Flagra: fotos enviadas por leitor à reportagem de O DIA mostram armazenamento indevido de lixo hospitalar com roupas usadas e material infectante no Hospital São Marcos

A equipe de reportagem do O DIA recebeu a denúncia de armazenamento irregular de material resíduo sólido hospitalar oriundo do setor de Radiologia do Hospital São Marcos. As fotos encaminhadas ao jornal revelam dezenas de sacos de lixo, depositados em um banheiro de uso coletivo de visitantes e pacientes.
O material contém roupas de cama usadas e fardamento utilizado por funcionários do setor, além de embalagens brancas com resíduos infectantes.
“Fiquei bastante impressionada quando tive que usar o banheiro da divisão. Apenas uma porta sanfona divide o vaso sanitário do local onde estão os sacos. Isso pode representar um perigo de infecção altíssimo, pois mesmo que sejam resíduos ou material limpos, o banheiro não deve ser o local apropriado para acondicionamento”, relata uma enfermeira que pediu sigilo. A funcionária acompanhava um paciente que realizava biópsia no Hospital São Marcos.
Segundo Lucimar Lima, da coordenação estadual de controle de infecções hospitalares, da Gerência de Estabelecimentos de Saúde, que integra o quadro da Divisão de Vigilância Sanitária Estadual, as imagens revelam que se trata de um procedimento de acondicionamento e armazenamento temporário irregular, visto que os materiais e resíduos estão dentro de um banheiro, onde pacientes e acompanhantes têm fácil acesso.
“O armazenamento temporário não poderá ser feito com disposição direta dos sacos sobre o piso, como mostra as fotografias, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento. A sala para o armazenamento temporário pode ser compartilhada com a sala de utilidades. Neste caso, a sala deverá dispor de área exclusiva de no mínimo 2 m², para armazenar, dois recipientes coletores para posterior traslado até a área de armazenamento externo”, explica Lucimar Lima, baseada nas normas sanitárias vigentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a partir do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS).
A Anvisa determina que os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável resistente à ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e resistente ao tombamento. Os resíduos infectantes – aqueles que contêm sangue ou secreções - devem ser acondicionados em sacos branco leitosos, como os que aparecem nos registros, os quais precisam de tratamento antes de ser colocado para à disposição final em aterro sanitário.

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