Presentes em evento realizado pela Associação Gaúcha de Radiologia, médicos dos Estados Unidos e do Chile dividem experiências
Um dos assuntos de maior preocupação no âmbito da radiologia é o
desafio de tornar mais acessível à população uma série de exames de
imagem que estão se tornando grandes aliados no diagnóstico e tratamento
das doenças. O principal problema é o alto custo da tecnologia. Porém,
no Brasil, esse cenário é ainda mais preocupante devido à alta taxa de
tributos existente nos equipamentos.
Uma das apostas é na redução gradual dos preços, em virtude da própria
regulação de mercado. É o que aconteceu com computadores, laptops e até
telefones celulares que começaram a desenvolver novas tecnologias e que
no início tinham o preço muito elevado. Hoje esses equipamentos estão
cada vez mais acessíveis à população. Segundo o médico professor e chefe
do departamento de neurorradiologia da Universidade de Standford, Scott
Atlas, a diminuição desse custo em exames de imagem é algo que vai
acabar acontecendo, mesmo sem a ação do governo. Ele acredita que quando
as pessoas vão tendo mais informação da evolução dos exames, qualidade
dos equipamentos e formação profissional dos médicos que atuam na área,
acabarão comprando o serviço cada vez com frequência maior, porque não
se importam de pagar pelo que realmente tem um valor percebido.
- Quanto mais concorrência existir em centros médicos e clínicas é
natural que o preço vá começar a diminuir. Eu prefiro que o mercado
regule o preço do que o governo fixe valores para os serviços. Acho
importante que as pessoas tenham o direito de decidir como vão gastar o
seu dinheiro, porque assim como em qualquer lugar o mundo, o governo não
tem dinheiro, eles pegam o dinheiro da população porque são originados
de tributos e taxas - argumentou.
O especialista comenta que o problema não é exclusivo do Brasil e pode ser verificado em qualquer parte do mundo.
- Temos o mesmo problema em todas as partes dos Estados Unidos, mas não
há muito o que fazer porque a tecnologia é cara e o custo do
desenvolvimento é elevado. Logicamente que isso precisa ser pago, não há
como ser de graça.
A medicina por imagem tem sido cada vez mais importante para qualquer
diagnóstico médico, especialmente com o crescente uso dos procedimentos
minimamente invasivos que utilizam a imagem para causar o menor prejuízo
possível ao paciente - completou o especialista.
Uma outra iniciativa que pode servir de inspiração está no Chile. O
médico e presidente da Sociedade Chilena de Radiologia, Miguel Pinochet,
diz que no seu país existe uma taxa de impostos bastante aceitável, mas
que outras iniciativas ajudam a tornar o serviço acessível à população
de rendas mais baixas.
- No Chile existe um taxa de impostos bastante aceitável e são
concedidos benefícios de impostos para empresas que investem na
responsabilidade social. Na medida em que as empresas investem em
programas desse tipo, se consegue impostos mais reduzidos -
exemplificou.
O médico comentou ,que dentre as diversas áreas da radiologia, a
mamografia é um exemplo positivo já que, em diversos países, o serviço
já conta com valores acessíveis a população, o que o torna uma
ferramenta importante no combate ao câncer de mama.
Associação Gaúcha de Radiologia
A Associação Gaúcha de Radiologia, filiada ao Colégio Brasileiro de
Radiologia, é uma entidade científica que congrega médicos radiologistas
do Rio Grande do Sul, que utilizam radiações ionizantes ou outras
formas de energia, para fins de diagnóstico e tratamento. Seu objetivo
principal é promover, aprovar e incentivar o aperfeiçoamento dos médicos
radiologistas, nos campos científico, ético e social. A Associação
Gaúcha de Radiologia é a representante maior no Estado do Rio Grande do
Sul, dos médicos que trabalham com métodos de imagem. Sua área de
abrangência engloba radiodiagnóstico, radioterapia, ultrassonografia,
tomografia computadorizada, medicina nuclear, ressonância magnética,
densitometria, mamografia e radiologia vascular e intervencionista.
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