sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Médicos estrangeiros apresentam ideias para tornar custo de exames mais acessíveis à população

Presentes em evento realizado pela Associação Gaúcha de Radiologia, médicos dos Estados Unidos e do Chile dividem experiências 
 
Um dos assuntos de maior preocupação no âmbito da radiologia é o desafio de tornar mais acessível à população uma série de exames de imagem que estão se tornando grandes aliados no diagnóstico e tratamento das doenças. O principal problema é o alto custo da tecnologia. Porém, no Brasil, esse cenário é ainda mais preocupante devido à alta taxa de tributos existente nos equipamentos. 
 
Uma das apostas é na redução gradual dos preços, em virtude da própria regulação de mercado. É o que aconteceu com computadores, laptops e até telefones celulares que começaram a desenvolver novas tecnologias e que no início tinham o preço muito elevado. Hoje esses equipamentos estão cada vez mais acessíveis à população. Segundo o médico professor e chefe do departamento de neurorradiologia da Universidade de Standford, Scott Atlas, a diminuição desse custo em exames de imagem é algo que vai acabar acontecendo, mesmo sem a ação do governo. Ele acredita que quando as pessoas vão tendo mais informação da evolução dos exames, qualidade dos equipamentos e formação profissional dos médicos que atuam na área, acabarão comprando o serviço cada vez com frequência maior, porque não se importam de pagar pelo que realmente tem um valor percebido. 
 
- Quanto mais concorrência existir em centros médicos e clínicas é natural que o preço vá começar a diminuir. Eu prefiro que o mercado regule o preço do que o governo fixe valores para os serviços. Acho importante que as pessoas tenham o direito de decidir como vão gastar o seu dinheiro, porque assim como em qualquer lugar o mundo, o governo não tem dinheiro, eles pegam o dinheiro da população porque são originados de tributos e taxas - argumentou.
 
O especialista comenta que o problema não é exclusivo do Brasil e pode ser verificado em qualquer parte do mundo. 
 
- Temos o mesmo problema em todas as partes dos Estados Unidos, mas não há muito o que fazer porque a tecnologia é cara e o custo do desenvolvimento é elevado. Logicamente que isso precisa ser pago, não há como ser de graça. 
 
A medicina por imagem tem sido cada vez mais importante para qualquer diagnóstico médico, especialmente com o crescente uso dos procedimentos minimamente invasivos que utilizam a imagem para causar o menor prejuízo possível ao paciente - completou o especialista. 
 
Uma outra iniciativa que pode servir de inspiração está no Chile. O médico e presidente da Sociedade Chilena de Radiologia, Miguel Pinochet, diz que no seu país existe uma taxa de impostos bastante aceitável, mas que outras iniciativas ajudam a tornar o serviço acessível à população de rendas mais baixas. 
 
- No Chile existe um taxa de impostos bastante aceitável e são concedidos benefícios de impostos para empresas que investem na responsabilidade social. Na medida em que as empresas investem em programas desse tipo, se consegue impostos mais reduzidos - exemplificou. 
 
O médico comentou ,que dentre as diversas áreas da radiologia, a mamografia é um exemplo positivo já que, em diversos países, o serviço já conta com valores acessíveis a população, o que o torna uma ferramenta importante no combate ao câncer de mama.
 
Associação Gaúcha de Radiologia
 
A Associação Gaúcha de Radiologia, filiada ao Colégio Brasileiro de Radiologia, é uma entidade científica que congrega médicos radiologistas do Rio Grande do Sul, que utilizam radiações ionizantes ou outras formas de energia, para fins de diagnóstico e tratamento. Seu objetivo principal é promover, aprovar e incentivar o aperfeiçoamento dos médicos radiologistas, nos campos científico, ético e social. A Associação Gaúcha de Radiologia é a representante maior no Estado do Rio Grande do Sul, dos médicos que trabalham com métodos de imagem. Sua área de abrangência engloba radiodiagnóstico, radioterapia, ultrassonografia, tomografia computadorizada, medicina nuclear, ressonância magnética, densitometria, mamografia e radiologia vascular e intervencionista.
 

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