Fazia tanto tempo que não entrava numa
sala de raio-X que a rótula do meu joelho… “Rótula não, é patela”, disse
em tom sério o técnico responsável pela radiografia, pouco antes de me
trancar lá, sozinha. O diagnóstico saiu pouco tempo depois. Mais fácil
que as infinitas sessões de fisioterapia que se seguiram foi entender
que a chapa é um filme radiográfico sensibilizado por um feixe de
raios-X (ou algo parecido, radiologistas me perdoem!) para mostrar o
interior do corpo humano: ossos, estruturas, tecidos… É mais ou menos o
princípio da fotografia, só que do lado de dentro, e sem artifícios de
Photoshop e afins. Você, revelado como de fato é.
Imagine quanta inspiração pode ter um técnico em radiologia que
também é fotógrafo amador… Pois bem. Foi o que aconteceu com o holandês
Albert Koetsier* quando decidiu aliar a tecnologia dos raios-X para
“fotografar” flores e plantas. Aposentado, ele deu início ao projeto X-rayography e passou a utilizar uma técnica antiga para colorir as suas obras. O resultado é lindo, delicado, surpreendente, uma pintura! GP Luciana vai amar.
Jasmim brasileiro, por Albert Koetsier
Um antúrio como você nunca viu
Depois de passar um dia inteiro organizando bagunça, jogando fora, passando pra frente o que não tem uso, como ensinou GP Graziella, descobri uma pasta com exames de ressonância magnética e radiografias ortodônticas, antigas que só vendo.
Em vez de jogar tudo no lixo, reservei as chapas para fazer uma
luminária. Quase dois dias testando as mais diversas formas de montar a
dita-cuja, a solução surgiu tão brilhante feito a ressonância contra a
luz.
Para fazer uma luminária de raio-X, você precisa ter um suporte para lâmpada como esse:
Enrole a radiografia e cole as pontas assim:
Usei cola instantânea, mas fita adesiva de cor preta também dá certo para unir as pontas
Ah, detalhe importante: a circunferência deve se basear na medida da
base. Dá para mudar de lugar quando quiser, é só posicioná-la novamente
no suporte.
O acabamento não ficou como o esperado, e acho que ainda é uma obra
em progresso, mas a conclusão é aquela: a inspiração para o novo pode
vir de onde menos se espera, até de uma radiografia. Basta ficar atento.
* Conheça o trabalho de Albert Koetsier aqui, e veja galeria com suas obras à venda.
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