sexta-feira, 29 de junho de 2012

Trabalhar à noite

Trabalhar à noite aumenta o risco de cancro da mama
Maiores preocupações com mulheres que trabalham mais de quatro anos ou menos de três noites por semana em turnos noturnos

Trabalhar à noite pode aumentar o risco de as mulheres terem cancro da mama até 30 por cento, segundo um estudo realizado pelo instituto francês Inserm.

Segundo o diretor do instituto, Pascal Guenel, explicou à AFP, o aumento do risco foi «principalmente observado» em mulheres que trabalham em turnos noturnos durante mais de quatro anos, porque as alterações são mais acentuadas, ou menos de três noites por semana, porque as alterações são mais bruscas.

«A associação foi mais forte em mulheres que trabalharam à noite antes da sua primeira gravidez do que em mulheres que começaram a trabalhar à noite mais tarde», acrescentou ainda.

Este estudo, publicado no «International Journal of Cancer», coloca o trabalho noturno ao mesmo nível de fatores de risco como a mutação genética, uma primeira gravidez tardia ou o tratamento hormonal.

Os investigadores concluíram que, tal como um fumador tem oito vez mais hipóteses de contrair cancro do pulmão, uma mulher que trabalhe à noite tem oito vez mais hipóteses de contrair cancro da mama do que uma que não trabalhe.

As explicações para estes resultados necessitam de mais estudos, mas os especialistas apontam, à partida, as alterações no sistema imunitário, através da privação do sono e da desestabilização do «relógio» do corpo humano, como a principal causa.

O estudo analisou a saúde três mil francesas, entre 2005 e 2008. Um grupo de 11 por cento tinha trabalhado à noite em algum momento da vida.

Por todo o mundo, há cerca de 1,3 milhões de mulheres que são diagnosticadas com cancro da mama todos os anos.

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