Como conclusão do DMIST, foi
observada que a precisão diagnóstica global da mamografia convencional foi
semelhante a mamografia digital, mas a mamografia digital é mais precisa em
mulheres abaixo da idade de 50 anos, mulheres com mamas densas e mulheres em
período pré-menopausal ou peri-menopausal, sem levar em consideração o
pós-processamento das imagens, inerente ao sistema de mamografia digital.
Comparação entre os
sistemas: Convencional e Digital
Fig.
1: Esquema do aparelho utilizado para ambos os sistemas.
O anodo de um equipamento de mamografia é constituído de molibdênio (O
molibdênio contém uma maior porcentagem de fotônios de baixa energia,
facilmente absorvidos).
O posicionamento da (o)
paciente é o mesmo para ambos os sistemas.
Fig. 2:
posicionamento da Paciente.
Uma das grandes desvantagens do sistema convencional é o processamento da
imagem, pois este, está sujeito a reações químicas de agentes que irão fixar
a imagem no filme.
Fig. 3:
Processamento “Wet”
Após a gravação da imagem esta
é avaliada pelo Tecnólogo/Técnico, que envia a imagem ao médico Radiologista
para ser interpretada.
Resumindo:
E o que muda no
sistema CR?
A principio, o sistema digital foi criado para redução de dose efetiva, pois
devido a placa de fósforo utilizada possuir uma latitude de exposição ampla,
técnicas de menor exposição podem ser empregadas em alguns sistemas
digitais, sem perda de informações.
Fig. 4: Comparativo
entre as curvas características
A mudança inicia-se pelo chassi que utiliza uma placa de fósforo que
armazena os raios-x residuais, esta placa é denominada Imaging plate (IP).
Fig. 5: IP sendo
colocado em chassi de CR
Após a exposição, o
IP é introduzido em uma leitora que faz a liberação da energia armazenada,
realizando a conversão do sinal analógico para o sinal digital.
Fig.
6: Leitora de IP
Logo após a leitura do IP, a
imagem já digitalizada estará disponível no monitor do console do
profissional que estará incumbido de realizar o pós-processamento desta
imagem podendo, também, este profissional, enviar para a estação de laudo do
médico ou até mesmo, imprimir a imagem.
Fig.
7: Estação de laudo do médico
A estação de laudo deve possuir
monitores de alta resolução, tela anti-refletiva, e recursos de tratamento
como, inversão de valores (negativo-positivo), mensuração de ângulos,
densidades, estruturas, magnificação (total ou localizada), alteração do
brilho e contraste, recursos diferenciados para impressão, entre outros
recursos. Alguns destes recursos também estarão disponíveis no console do
Tecnólogo/Técnico.
Uma das grandes vantagens do
sistema digital é a impressão das imagens que são feitas em equipamentos
específicos. Estes equipamentos funcionam sem a influência de agentes
químicos, podendo ser impressas a laser, gerando uma qualidade de imagem
muito maior.
Fig. 8: Impressora a
laser
Resumindo:
Vantagens do sistema
digital (CR):
1-
Diminuição de técnica (kV/mAs) em torno de 25% (em alguns sistemas). Menos
exposição aos efeitos nocivos e cumulativos (mAs) do (a) paciente,
Tecnólogo/Técnico e maior durabilidade da ampola;
2-
PEM algoritmo que procura o centro de gravidade e a borda (edge) da
patologia (ex: microcalcificação). Caso não os tenha a imagem não existe
evitando, assim, o falso-positivo. O PEM opera em conjunto com a placa de
fósforo de dupla face (Dual Side Reading), ambos patentes FujiMedical;
3-
Sistema Mult Load. Permite a leitura
em fila, de quatro placas de fósforo, agilizando assim, o serviço e
aumentando a produtividade do aparelho de raios-x/mamógrafo;
4- Permite digitalizar todo o serviço de
raios-x/mamografia com um único aparelho CR, sem necessidade, a priori, de
atualizar a base instalada (modalidades);
5- Permite armazenar as imagens em mídia,
tais como CD (capacidade 750Mb), DVD (capacidade 3Gb) ou fita magnética
(capacidade medida em Tb), considerando-se que um tórax (35 x 43)
aproximadamente 8Mb, por exemplo. Esse armazenamento de imagem é previsto no
Código de Ética Médica (CEM), transferindo a responsabilidade do referido
armazenamento ao médico. A relação médico-paciente é vista como a de
consumidor, portanto, além do CEM, as penalidades do não armazenamento pelo
serviço (hospital/clínica) são previstas pelo Código de Defesa do Consumidor
e, dependendo da extensão/gravidade do diagnóstico (erro médico, tratamento,
medida adotada (cirúrgica ou não), etc.) a não preservação da imagem pode
passar para instâncias judiciárias superiores;
6- Fideliza o paciente/médico cliente ao
serviço. Quando o médico solicitante encaminha um paciente ao
hospital/clínica para um exame radiológico de rotina, o médico pode
acompanhar a evolução ou involução da patologia, tais como, CA, pré durante
e pós- cirúrgico, se o tratamento está respondendo positivamente ou não, se
a medicação/RT/QT está sendo adequada, etc; pois a radiologia, pode através
de marketing, disponibilizar ,rotineiramente ou não, imagens/exames (ex.:
controle de CA de mamo) anteriores em CD e só esta clínica/hospital terá os
dados armazenados;
7- Diminuição de perda de filmes/tempo de
espera do paciente. O Tecnólogo/Técnico terá a visualização do exame antes
da impressão e somente se houver erro de posicionamento ou erro exagerado na
técnica, haverá perda do exame, pois se o erro da técnica for médio, a
imagem poderá ser trabalhada em brilho/contraste, latitude e sensibilidade
resumindo num melhor fluxo de trabalho, pois o paciente não necessitará
aguardar a revelação do filme para saber se precisa repetir o exame,
aumentando a produtividade do serviço (menos tempo de espera = a mais
pacientes/exames = maior lucratividade do serviço de radiologia);
8-
Permite a distribuição de um exame (ex.: contrastado) num único filme,
dividindo-o em até quatro (CR Console) ou até dezesseis imagnes (Estação de
laudo). O software permite formatações diversas de imagens. No caso de área
cardíaca, por exemplo, pode se documentar num filme 20 x 25 e imprimir uma
régua em milésimo de milímetros na área de interesse ou, no caso de uma
espondilite anquilosante, cifose, escoliose, solução de continuidade,
imprimir uma régua goniométrica para estabelecer os ângulos num filme 20x25,
ou imprimir coluna frente/perfil num único filme, resultando numa maior
economia final.
Disposições
Gerais:
a) Com o PACS, as imagens digitalizadas
podem ser distribuídas no hospital (Centro Cirúrgico, UTI,
Ambulatórios/consultórios, Andares e enfermarias) sem necessidade de tráfego
de películas pelo hospital, diminuindo as despesas com o mesmo ou risco de
extravio;
b) Com a adoção de impressoras (Dry Pix) +
CR elimina-se a câmara escura/clara e os inconvenientes (consumo de
químicos, água, luz em excesso, estação de tratamento de efluentes
químicos/água), dando um aproveitamento mais racional dos espaços, que têm,
obviamente, um custo financeiro para a instituição e tornando-a mais
ecologicamente correta.
Conclusão:
Desde quando Albert Salomon,
pioneiro do estudo da mama, através do uso de raios-x, iniciou a
investigação diferenciada para a mama, os métodos de obtenção e
armazenamento das imagens radiológicas evoluíram muito. A Mamografia
convencional de écran-filme, com seu processamento químico associado e os
arquivos de filmes, estão sendo gradativamente substituídos pela tecnologia
digital, portanto, os estudantes e profissionais que pretendem se colocar no
mercado, precisam ter esta compreensão de tecnologia, pois o futuro é
digital!
Douglas Ianelli
Douglas Ianelli é Tecnólogo e Técnico em Radiologia, é Application da FUJI-FILM do Brasil e servidor da Prefeitura de São Caetano do Sul.Contatos: douglasianelli@uol.com.br
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