Em Radiologia, uma Tomografia
Computadorizada (TC) ou Tomografia Axial Computadorizada (TAC), é uma imagem
que deriva do tratamento informático dos dados obtidos numa série de
projeções angulares de raios X. Simplificadamente traduz uma secção
transversal (uma "fatia") do corpo da pessoa a quem foi feita a TC.
Basicamente, uma TC indica a
quantidade de radiação absorvida por cada porção da secção analisada, e
traduz essas variações numa escala de cinzentos, produzindo uma imagem. Como
a capacidade de absorção de raios X de um tecido está intimamente
relacionada com a sua densidade, zonas com diferentes densidades terão
diferentes cores, permitindo distingui-las. Assim, cada pixel da imagem
corresponde à média da absorção dos tecidos nessa zona, expresso em Unidades
de Hounsfield (nome do idealizador da primeira máquina de TC). É um exame
radiológico exibido como imagens tomográficas finas de tecidos e conteúdo
corporal, representando reconstruções matemáticas assistidas por computador.
Por exemplo, numa TC realizada ao
tórax, será possível distinguir facilmente os pulmões do coração, já que o
primeiro é, sobretudo aéreo, enquanto o segundo é maciço. Da mesma forma, se
nos pulmões existir uma massa de maior densidade (como um cancro, por
exemplo), ou de menor densidade (como uma caverna causada por tuberculose),
estas serão também distinguíveis, pois possuem níveis de atenuação dos raios
X diferentes do tecido circundante.
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A TC, tal como a radiografia
convencional, baseia-se no fato de os raios X serem apenas parcialmente
absorvidos pelo corpo humano. Enquanto a gordura ou o ar, por exemplo, são
facilmente atravessados, os ossos e o metal não o são.
Para obter uma TC, o paciente é
colocado numa mesa, que se desloca para o interior de um orifício de cerca
de 70cm de diâmetro. À volta deste encontra-se uma ampola de Raios-X, num
suporte circular designado “gantry”. A 180º (ou seja, do lado oposto) da
ampola, encontra-se o detector de Raios-X, responsável por captar a
radiação, e transmitir essa informação ao computador ao qual está conectado.
Nas máquinas de 3ª geração, durante o
exame a “gantry” descreve uma volta completa (360º) em torno do paciente,
com a ampola a libertar raios X que após atravessar o corpo do paciente são
captados na outra extremidade pelo detector. Esses dados são então
processados pelo computador, que analisa as variações de absorção ao longo
da secção observada, e reconstrói esses dados sob a forma de uma imagem. A
“mesa” avança então mais um pouco, repetindo-se o processo para obter uma
nova imagem, num ponto seguinte pré definido pelo operador.
Máquinas mais recentes, de 5ª geração,
designadas “helicoidais” e mais recentemente “multislice”,
descrevem uma hélice em torno do corpo do paciente, em vez de um círculo
completo. Assim, supondo que são pretendidos cortes com 10mm de espessura, o
“gantry” avançará 10-15mm durante a volta completa. Isto permite a obtenção
de cortes intermédios (por exemplo, a cada 5mm) simplesmente por
reconstrução digital, uma vez que toda essa área foi captada no movimento
helicoidal, dentro de certos limites. Isto permite que o paciente seja
submetido a doses menores de radiação e (sobretudo) maior rapidez. Assim os
exames passaram de 1 hora por exame para segundos ou poucos minutos,
dependendo do equipamento e da parte examinada.
A principal vantagem da TC é que
permite o estudo de secções transversais do corpo humano, ou seja, permite
ampliar o que existia em Radiologia Convencional (imagens em duas dimensões
com estruturas sobrepostas para imagens em 3 dimensões, ou com percepção
espacial nítida). Outra vantagem: a maior distinção entre dois tecidos. Em
TC podem-se distinguir até 0,5% de diferenças de densidade de tecidos, ao
contrário da Radiologia Convencional que se situava nos 5%.
Isto é uma melhoria sem paralelo em
relação às capacidades da radiografia convencional, pois permite a detecção
ou o estudo de anomalias que não seria possível senão através de métodos
invasivos. Como exame complementar de diagnóstico, a TC é de valor
inestimável.
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