Em 1895, o
físico alemão Wilhelm Conrad Rõntgen[1]
descobriu os raios X, que revolucionaram o meio cientifico, e em especial a
Medicina, de tal forma que por volta de 1900 a radiologia já existia como
especialidade médica. Por volta de 1940 novas tecnologias como a televisão e
intensificadores de imagens permitiram a realização de fluoroscopias de
ótima qualidade e em tempo real, as quais foram os únicos métodos existentes
até a década de 70. O desejo de separar estruturas superpostas também levou
ao desenvolvimento de uma variedade de técnicas tomográficas analógicas,
especialmente a tomografia axial, mas que davam maus resultados. Os
pesquisadores reconheceram, então, que um computador seria necessário para
realizar a limpeza dos borrões, e métodos matemáticos para reconstrução de
imagens foram desenvolvidos, principalmente por Cormack[2].
Por volta de 1970, Hounsfield[3]
e sua equipe da EMI Corporation desenvolveu o primeiro tomógrafo
computadorizado comercialmente viável, que permitiu pela primeira vez a
visualização de estruturas internas do corpo através de seções transversais,
trabalho pelo qual ambos pesquisadores receberem o prêmio Nobel de Medicina
em 1979.
Após a invenção do
tomógrafo computadorizado, vários métodos de produção de imagens foram
desenvolvidos, como a Ressonância Nuclear Magnética (RNM), que produz cortes
tomográficos a partir de campos magnéticos, a ultra-sonografia, e a
cintilografia que, com o uso de isótopos radioativos possibilita, além de
gerar imagens de estruturas anatômicas, a avaliação da função orgânica.
Entre estas últimas destaca-se o SPECT e o PET.
Pode-se atribuir a
muitos fatores a multiplicação das modalidades de produção de imagens
médicas, tais como a melhor compreensão dos princípios básicos da captação
de imagens, aperfeiçoamento de técnicas matemáticas de reconstrução, a
evolução dos computadores com desenvolvimento de equipamentos mais baratos e
mais seguros. Esta melhoria na tecnologia da computação levou a uma
tendência para a geração de imagens digitais, e os exames tradicionais de
raios X podem agora ser adquiridos e processados pelo computador. A
aquisição e análise de imagens digitais de raios X formam a base do campo
chamado radiologia digital.
A representação de
imagens na forma digital nos permite capturar, armazenar e processar imagens
na forma eletrônica assim como processamos um texto em um computador.
Uma imagem digital
refere-se à função bidimensional de intensidade de luz f(x,y), onde x e y
denotam as coordenadas espaciais e o
valor de f em qualquer ponto (x,y)
é proporcional ao brilho (ou nível de cinza) da
imagem naquele ponto. A imagem digital
pode ser considerada como sendo uma matriz cujos índices de linhas e colunas
identificam um ponto na imag e o correspondente valor do elemento
da matriz identifica o nível de cor naquele ponto. Os elementos dessa matriz
digital são chamados de elementos da
imagem, elementos da figura "pixels".
Para fazer a conversão de imagem em números, a imagem é subdividida
em uma grade, contendo milhões de quadrados de igual tamanho, sendo cada um
destes associado a um valor numérico da intensidade luminosa naquele ponto.
A essa grade de quadrados chamamos de "imagem matriz", e cada quadrado na
imagem é chamado de pixel. O
pixel é a abreviatura para “picture element” ou
elemento de uma imagem. É a menor parte
de uma imagem digital e cada um
destes pontos contém informações
que determinam suas características.
O pixel é usado como unidade de medida
para descrever a dimensão
geométrica de uma imagem. Quanto
mais pixels por polegada tiver uma
imagem melhor será a qualidade ou
resolução. Cada pixel carrega a informação sobre o nível de
cinza ou cor que ele representa.
A
representação dos detalhes de uma
imagem é geralmente
medida em DPI ("dots per inch" ou
"pontos por polegada") que é
expressa no formato largura x
altura ou pelo número total de pixel verticais e
horizontais existentes na imagem, como
por exemplo: 800 x 600 ou 3000 x
2000.
A imagem médica
produzida por equipamentos que realizam cortes seccionais traz consigo uma
informação de profundidade. A imagem bidimensional que se vê na tela ou
filme radiográfico, quando carrega consigo este tipo de informação recebe o
nome de voxel. Enquanto que o pixel representa a menor
quantidade de informação por unidade de medida quadrada o voxel é a
menor quantidade de
informação que uma
imagem pode ter por unidade de medida
cúbica em um espaço
tridimensional.
|
A fim de igualar a
resolução espacial típica do filme com imagens analógicas dos exames de
raios-X, uma imagem de 35 x 43 cm deve ter minimamente 2.000 X 2.500 pixels, e para capturar todas as informações de níveis de cinza, cada
pixel deve carregar no mínimo 10 bits (1.024 tons de cinza). Por este
método o tamanho da imagem chegaria a 6,5 Mb. Para dobrar-se a qualidade da
resolução espacial é necessário quadruplicar o número de pixels.
Os valores de matriz
mais utilizados em medicina são:
Tipo de imagem
|
Resolução Típica
|
Espaço
|
Radiografia
|
2048 x 2048 x 12 bits
|
32 MB
|
Mamografia
|
4096 x 5120 x 12 bits
|
160 MB
|
TC
|
512 x 512 x 12 bits
|
15 MB
|
RNM
|
256 x 256 x 12 bits
|
6.3 MB
|
Ultra-som
|
256 x 256 x 8 bits
|
1.5 MB
|
Med. Nuclear
|
128 x128 x 8 bits
|
0.4 MB
|
[1]
Wilhelm Conrad Rõntgen - Físico
alemão, da Universidade de Würzburg, que em 8 de novembro de 1895,
produziu radiação electromagnética nos comprimentos de onda
correspondentes aos atualmente chamados Raios X.
[2]
Allan McLeod Cormack
– Americano, ganhador do premio nóbel de medicina em 1979 pelo
desenvolvimento da Tomografía Computadorizada juntamente com
Godfrey Newbold
Hounsfield.
[3]
Godfrey Newbold
Hounsfield
- Britânico, ganhador do
premio Nóbel de medicina em 1979 pelo
desenvolvimento da Tomografía Computadorizada juntamente com
Allan McLeod Cormack.
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