Uma paciente de 80 anos com boa saúde deve realizar screening mamográfico?
Um estudo recente holandês publicado no International Journal of Câncer
sugere que a idade de 75 anos deve ser a mais apropriada como limite
superior para investigação rotineira de CA de mama.
Mas outros dizem que a saúde de uma mulher e não a idade,deve ser fator
decisivos para que esta realize mamografias anuais.
“A política de nossa clínica é a de que nenhuma mulher é tão idosa para que
deixe de fazer avaliações mamográficas, tão certo como ela esteja em bom
estado de saúde”, comenta Valerie Andolina, tecnóloga em radiologia na
Clínica Wende Breast em Rochester,NY.
“O risco de uma mulher desenvolver câncer de mama aumenta com a idade, e
como a saúde das mulheres idosas têm evoluído bem graças aos avanços da
medicina, deve ser importante neste momento estimular estas pessoas a
continuarem realizando suas mamografias anuais”, comenta Andolina.
Atualmente a Sociedade Americana de Câncer recomenda que o acompanhamento
mamográfico inicie-se aos 40 anos e continue “enquanto esta mulher
mantiver-se saudável”.
Porém em alguns setores, programas públicos americanos de “screening” por
exemplo estabeleceram idades limites para participação dos mesmos, levando
em consideração , principalmente os aspectos financeiros , comentou Shirley
Long do Serviço de Mamografia em Alberta , British Columbia.
A meta destes programas é prover o máximo de benefício para o maior número
possível de mulheres. A idade máxima é colocada em foco na medida em que os
limitados recursos devem ser gastos em pacientes que presumivelmente obterão
maiores benefícios com o “screening”, comenta a médica. Programas de
“screening” público americanos para outras doenças ( como próstata ou câncer
de colo por exemplo) tipicamente oferecem “screenings” para qualquer
indivíduo com uma expectativa média de vida de 10 anos, disse Long.
“Apesar das referidas limitações, os seguros privados tem ressarcido esses
exames independendemente da idade da paciente.Nosso Departamento de Contas
relata que nenhum exame teve seu pagamento rejeitado em função da
idade”comenta a médica.
Encorajando o screening
“Portanto, se não houverem limitações financeiras do programa e a mulher tiver boa saúde, independentemente da idade, ela deve ser encorajada a participar do screening”, complementa a Dra. Long.
Um estudo recente publicado no “American Journal of Preventive Medicine”
demonstrou que menos da metade das mulheres com 65 anos ou mais velhas
fizeram mamografias nos dois anos anteriores ao período estudado pelos
pesquisadores. Essa falha deve constituir um foco para facilitar o
oferecimento de mamografias à esta população ( Agosto 2006, vol. 31:3 , pp
142 – 149).
As mulheres mais idosas portanto também devem ser encorajadas a participar
dos programas de “screening” através de lembretes periódicos e campanhas
publicitárias lembrando sempre que o risco de câncer de mama aumenta com a
idade”, disse a Dra. Long.
Médicos também podem encorajar suas pacientes mais idosas
Quando uma mulher de mais idade vier realizar o exame alguns cuidados devem
ser observados:
1 - Cuidado com a pele delicada
Em primeiro lugar deve-se ter um cuidado com feridas na pele e abrasivos. A
pele de mulheres mais idosas pode ser mais frágil do que a de mulheres
jovens e tem maior sensibilidade à lesões.
Apesar de em alguns casos ser muito difícil não causar desconforto na pele
da paciente idosa, devido à necessidade técnica de compressão, esta questão
pode ser conduzida.
É muito importante verificar se o equipamento está devidamente higienizado
para evitar contaminações indevidas.
Cuidado, entretanto, para não enfatizar em demasia esta questão. Muitas
mulheres idosas tem consciência da fragilidade da pele dos seios mas vem
menos stressada para o exame quando este ponto não é tão ressaltado, comenta
a Dra Long.
2 - Permita acompanhante
Pode ser muito útil permitir que a pessoa idosa traga um acompanhante ou uma
acompanhante durante a realização do exameEsta pessoa pode inclusive , se
for o caso, acompanhar a realização do exame atrás do painel de controle.
Um aspecto importante também é que este acompanhante pode dar apoio à
paciente idosa após a descompressão da mama. Se uma mulher nessa condição
move-se rapidamente para trás, ela pode se ferir.
3 - Sentada ou de pé ?
Uma paciente com mais idade
necessita à vezes realizar o exame sentada. Ela pode ficar de pé por alguns
minutos , mas você deve interrogar delicadamente esta questão antes do
início do exame.
“A segurança da paciente é prioritária e não deve ser comprometida”, comenta
a Dra.
Mesmo que a paciente sinceramente queira ajudar, ela pode na verdade não ter
uma capacidade de avaliar realisticamente a sua condição e limitações.A Dra.
Long sugere que sejam feitas algumas perguntas básicas para avaliar a
capacidade de mobilização da paciente:
- A sra. pode permanecer alguns minutos sem apoio?
- Pode dar pequenos passos de lado?
- Pode levantar um dos braços sem perder o equilíbrio?
- Anda sempre no seu quarto ou pela sozinha, sem assistência?
- Veste-se sozinha? Vestir-se demanda um grau de mobilidade semelhante à
agilidade e taxa de mobilidade necessárias para realização de mamografias.
Se a paciente hesitar na resposta a qualquer uma destas questões , não
realize a mamografia em pé, proceda o próximo passo: mamografia sentada.
4 - A mamografia sentada
Antes de iniciar a realização de uma mamografia sentada, peça auxílio à
outro técnico. Como em qualquer situação um pouco mais dificultosa, quatro
mãos são melhores do que duas, observa a Dra. Long.
O técnico auxiliar pode ajudar a ajustar o equipamento, estabilizar o
paciente e auxiliar no posicionamento.Esta assistência é muito importante
para oferecer eficiência e segurança ao procedimento.
Se a paciente estiver numa cadeira de rodas, é fundamental que a mesma
esteja bem travada e adequadamente posicionada antes de iniciar os
procedimentos.Se possível posicione a paciente de uma forma que os quadris
estejam encaixados na porção posterior da cadeira.
Se os braços da cadeira de rodas puderem ser removidos, tire um de cada vez
de maneira que o remanescente possa servir de apoio durante o
posicionamento.Use travesseiros para apoiar o paciente também.Se os braços
da cadeira não puderem ser removidos,transfira a paciente para uma cadeira
de posicionamento mamográfico ou para uma cadeira de rodas onde os braços
possam ser ajustáveis.
Se nenhuma destas opções for possível,realize o mamograma usando as posições
craniocaudal e lateromedial, conquanto mediolateral obliqua e obliquas
latero mediais, provavelmente sejam dificultadas pela impossibilidade de
remoção dos braços da cadeira.
A Dra. Long considera que o posicionamento lateromedial em 90º é a próxima
melhor opção para a mediolateral obliqua para pacientes com limitações
físicas.
“Sua primeira escolha deve ser as projeção mais indicada as posições que
estejam inviabilizadas pela condição da paciente”.Dois fatores críticos para
realização deste tipo de procedimento: mantenha as costas da paciente o mais
ereta possível; e Keep the patient leaning forward at the waist.
Trabalhar com pacientes sentadas é um desafio, mas uma pequena atenção extra
,resulta e mamografias bem sucedidas e confortáveis.
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